sábado, 14 de abril de 2018

TMJ#11 - A evolução das máquinas: Críticas

10:40 0 Comentários


Eu estava ansiosa para ler essa história, mas precisava ler e fazer a crítica das outras primeiro, então tive que esperar.

Bem... confesso que Cebola e jogos não é exatamente original, mas fiquei feliz de ver a Mônica participando e se interessando mais, embora ainda precise melhorar bastante. O começo foi bem legal e até com um pouco de adrenalina. Realmente torci para o Cebola ganhar o jogo, mas dessa vez não deu. Já o Nick foi bem chatinho e arrogante, alguém precisa quebrar o topete dele.

Mas engraçado mesmo foi quando aquela “bola do caipiroto” apareceu no quarto do Cebola. E a cena de perseguição foi quase algo de filme. Só fico pensando no que a mãe dele vai pensar quando souber que o filho andou usando um vaso seu como arma. No início eu pensei que a tal bola quisesse capturá-lo, por isso fiquei surpresa quando vi que só queria “consertá-lo”. E curiosa também. Como é que ela ia fazer para consertar um humano?

Eu diria que o começo foi bem conturbado e levei um susto quando soube que aquela bola falante era o B.O.R.E.A.S.. Quer dizer, ele não se parecia muito com o desenho da capa, né. Mas pelo menos é uma bola é resistente porque aquela pancada que a Mônica deu foi de matar. E agora, como o Cebola vai explicar aquele buraco na parede aos seus pais? Vai dizer que os dois se empolgaram demais?

Com a chegada do robô, começa o mistério. O que é e de onde vem? E por que foi criado? Ele não soube responder nenhuma dessas perguntas. Para falar a verdade, a maioria de nós também não sabe.

Mas uma coisa é certa: parece que o B.O.R.E.A.S. realmente gosta de avacalhar o Cebola. Poxa, será que o nível de dificuldade para melhorá-lo é realmente nove mil?

Não posso deixar de mencionar a chegada da Magali e do Cascão, especialmente a empolgação dele. Se tem robô, tem o Cascão todo empolgado. Especialmente depois de ver a mudança que ele fez no quarto do Cebola, com direito até a robô empregado. Eu também ia querer com certeza. Se bem que o lance de ser quase escravizado pelo robô para treinar sem parar não me atraiu muito. Coitado...


Só uma coisinha: não sabia que a Mônica curtia k-pop. Deve ser uma referencia ao livro “Turma da Mônica Jovem: Uma viagem inesperada”, onde a Mônica vai para a Coréia do Sul. Eu também gosto de k-pop e j-pop, embora não tenha nenhum cantor/grupo preferido.

Ao ver que o Cebola estava com dificuldade para melhorar no jogo, o B.O.R.E.A.S. vai percebendo aos poucos que humanos tem limitações e percebe que seu conhecimento sobre eles é limitado. E essa falta de conhecimento que ele tem dos humanos deixa a história bem mais interessante. Mas jogar o sanduba no chão é golpe sujo, viu?

Por outro lado, fiquei bastante surpresa com a dificuldade do Cebola em melhorar no jogo porque ele sempre foi bom nisso. Se bem que o B.O.R.E.A.S. não é muito bom em estimular, mas ainda assim eu esperava uma melhora mais significativa no desempenho dele.

Nós começamos a ver que o B.O.R.E.A.S. é capaz de evoluir sozinho quando toma a decisão de ter um corpo humanóide. Foi algo que ele decidiu sozinho, sendo capaz de entender as próprias necessidades. Ele também se mostra capaz de adaptar aos humanos quando aprende a dizer por favor, pois percebe que as pessoas respondem melhor a isso.

Ah, e o desenho que a Mônica fez nele o deixou bem mais simpático, lhe deu mesmo uma expressão.

Sua capacidade de se aprimorar é tão impressionante que ele mesmo acabou fazendo seu próprio corpo com o que tinha no laboratório do Franja (o primeiro ficou muito uó!) e escolheu sua aparência com base no que podia agradar a Mônica. Hummm... sei não! O chato é que ele destruiu os inventos do coitado no meio do caminho. Ain, que dor!

Mas é claro que ser humano não é nada fácil e ele descobriu isso logo nos primeiros passos. Foi preciso que cada um da turma o ensinasse a ser humano, cada um do seu jeito. E ele foi aprendendo tudo usando equações, mas com o tempo ele deve perceber que elas não vão servir para todas as situações.

Só não imaginava que ele fosse capaz de comer e até sentir sabores. Ele realmente caprichou no seu corpo ao tentar imitar várias funções humanas. E se tem alguém nesse mundo que pode ensiná-lo a comer é a Magali. Mas ensinar a parar já é outra história... Só espero que ele não tenha uma dor de barriga robótica.

Quando vi Marina o ensinando a pintar, pensei que o desenho do Mingau fosse sair bem mais realista, fiquei surpresa quando ele fez um gato com caracteres do teclado, mas sem querer ele meio que expôs uma limitação que à princípio pode ser difícil de resolver: a de não ter sentimentos.

E o Franja tentando ensiná-lo que não deve fazer mal aos humanos? Engraçado e meio triste ao mesmo tempo porque no fim das contas, B.O.R.E.A.S. acabou não repetindo o que o Franja falou. Medinho...

Ele até que estava indo bem no seu aprendizado, mas sua falta de sentimentos também se mostra um grande problema. Isso ficou claro quando ele criticou o desenho da Maria Cebolinha. Ele foi duro demais em sua crítica porque não tem sensibilidade para falar com as pessoas, especialmente as crianças. Nós suavizamos porque nos preocupamos com os sentimentos dos outros, temos empatia e o cuidado para não magoar. B.O.R.E.A.S. parece não ter desenvolvido essa parte, por isso a vida humana se mostra bem complicada para ele, que até o momento só tem a parte lógica, mas nenhuma emoção ou sensibilidade.

Talvez seja por isso que robôs possam representar perigo caso fique inteligentes demais, porque somente lógica sem compaixão nenhuma pode ser bem devastador.

Ser humano é bem complicado. Coisas que para nós são naturais e intuitivas exigem muito esforços de um robô que analisa tudo somente pela lógica e equações. O B.O.R.E.A.S. se esforça, mas não consegue realmente ser um humano “eficiente”. O problema é que tudo para ele são formulas e equações. Seres humanos não funcionam assim. Gostamos de dizer que somos seres racionais, mas a verdade é que somos mais emocionais. Somos guiados pela emoção e muitas coisas são inconscientes e nem percebemos que estão lá. Como B.O.R.E.A.S. vai conseguir imitar isso se um robô nem tem subconsciente? Não tem emoções para guiar suas escolhas, nem intuição?

Ah, sim! A intuição! Usar somente a lógica requer uma capacidade enorme para analisar todo e qualquer fator envolvido. Intuição significa decidir algo quando não temos dados suficientes, mas decidimos só com base no que temos e algo interno que nos guia. Um robô pode ter isso?

Interagir com outras pessoas é mais um desafio que B.O.R.E.A.S. parece ter dificuldade. Se até nós tropeçamos nisso...

Só por curiosidade, achei aquela parte em que o B.O.R.E.A.S. transforma as instruções do Cascão em equações bem parecida com um meme que circula por aí de vez em quando: 


A parte em que o robô conversa com o Cebola sobre ser humano foi ótima, porque ele explicou que errar e aprender faz parte. Erramos, aprendemos, evoluímos e tentamos nos superar. É um processo que envolve mais sentimento do que lógica. Afinal, tem gente que erra milhões de vezes e continua fazendo as mesmas coisas. Já outros aprendem mais rápido. Apesar da má vontade inicial, eles estão indo muito bem juntos. O jogo até meio que perdeu toda aquela importância que tinha no início.

Ah, e foi tão fofinho o Cebola falando dos seus erros e de como aprendeu com eles... e a forma como B.O.R.E.A.S. resumiu o progresso dele foi bem bacana: Cebola superou sua programação e se tornou alguém melhor. Basicamente, é assim que evoluímos. Mudamos aquilo que tinha sido programado anteriormente para algo que pode tornar nossas vidas melhores. Não é tão fácil quanto alterar o programa de um computador, mas ainda assim vale muito a pena.

Mas como nem tudo são flores, bastou uma única frase para que tudo desandasse. B.O.R.E.A.S. se esforça para ser humano, mas ainda é um robô e leva as coisas ao pé da letra. Ele não fez nada por mal, apenas reagiu de acordo com sua programação. Ele ainda se preocupa em seguir ordens e foi isso o que fez. É aí que vem o medo de que os robôs superinteligentes se voltem contra a humanidade, como Franja disse.

E como se as surpresas não fossem suficientes, eis que a D.I.N.A.M.I.C.A. resolve dar o ar da graça. Meio chatinhos, arrogantes e metidos a donos da verdade diga-se de passagem, mas vá lá. Gosto quando eles aparecem. O bom mesmo foi a participação da Brisa. Claro que ela não podia ficar de fora, né?

Só fiquei surpresa ao saber que ela é quem tinha criado o B.O.R.E.A.S.. Isso até explica o por que dele ter surtado durante o jogo, pois ele foi criado para lhe ajudar a lutar, mas ficou complexo demais. Então fez todo o sentido ela mandá-lo para o Cebola.

O bom é que, pelo visto, criaram mais um personagem para a TMJ e espero que o B.O.R.E.A.S. apareça mais vezes em outras histórias, nem que seja só uma pontinha. Ele é um personagem bem feito e com bastante potencial porque pode continuar aprendendo e melhorando.

O próximo passo seria ele aprender a ter sentimentos, mas ao que parece, ele deve ter algum rudimento porque foi capaz de se importar com os amigos. Ele podia apenas ter fugido e deixado os agentes da D.I.N.A.M.I.C.A. acabarem com todos, mas se arriscou para protegê-los. Eles bem que mereciam ter levado uma boa surra para deixarem de ser folgados e arrogantes, mas a solução que o B.O.R.E.A.S. deu também foi muito boa.

Confesso que meus sentimentos pela D.I.N.A.M.I.C.A. são bem conflitantes. Por um lado quero que se lasquem. Por outro, quero que continuem nas histórias. Complicado, não?

Só espero que eles não tentem forçar a Brisa a criar outro B.O.R.E.A.S. para servir aos interesses dele. Sabemos que isso não é possível porque a nova criação não vai passar pelas mesmas experiências que o primeiro passou, mas eles podem querer treiná-lo como arma de guerra. Esse pessoal já mostrou que não é confiável e nem sei por que o seu Quinzão os deixa ficar atrás da sua padaria.

Sabe, a parte em que o B.O.R.E.A.S. se regenera e conserta a si mesmo me lembrou de um filme que gosto muito, chamado Wall-e. Vocês já devem ter assistido ou ouvido falar. Wall-e é um robozinho criado para limpar a Terra, que estava muito poluída, mas com o tempo ele adquire consciência e aprende a se consertar sozinho sem a ajuda de humanos. Graças a isso, ele conseguiu sobreviver ao longo dos anos enquanto outros robôs semelhantes foram pifando por falta de manutenção. A diferença entre Wall-e e B.O.R.E.A.S.  é que ele tem sentimentos, consegue admirar a beleza das coisas, sentir medo, empatia e até se apaixonar.

Tudo isso é bem impressionante considerando que seu cérebro eletrônico é bem mais simples que o do B.O.R.E.A.S.. Por isso eu aguardo ansiosamente uma história onde ele aprende a ter sentimentos.

Inteligência artificial é um assunto bem interessante, embora eu pessoalmente não acredite que robôs sejam capazes de se tornarem humanos. A não ser, como Magali falou em determinado ponto, que eles possam adquirir uma alma.

Eu sou meio que espiritualista, acredito que todos temos alma e que é dela de onde vem tudo aquilo que somos: nossa inteligência, sentimentos, capacidade de pensar e tomar decisões. As pessoas acham que tudo isso vem do cérebro e que por isso seria possível criar um robô tão inteligente quanto um ser humano. Mas se for mesmo verdade que nossa humanidade venha de algo a mais, que não pode ser manipulado pela ciência, então não tem como criar robôs inteligentes como nós.

Por outro lado, se por acaso for possível um robô ter alma... aí eu não sei, é algo difícil de opinar porque não tenho nem conhecimento para isso.

Eu gostei bastante da história, muito bem escrita e com muitas surpresas. E tudo ficou melhor ainda com o desenho da Roberta Pares, que deu mais expressividade aos rostos da turma. As caras tristes, zangadas, de medo, etc. ficam muito melhores quando ela desenha (especialmente os chibis). Parece que dá mais dinamismo a história, percebemos melhor os movimentos. Os personagens não parecem só coisas estáticas no papel. E gente, o B.O.R.E.A.S. ficou mesmo uma graça, não ficou? Por um instante até pensei que ele podia ser um namorado para a Brisa, mas agora fica meio difícil porque ele foi criado por ela, então acho que está mais para filho. Melhor assim, pelo menos fugiu do clichê que seria formar um casal com os dois.

Mesmo não tendo emoções, as expressões dele ficaram muito boas, especialmente na hora de comer. Eu também costumo fazer essa cara quando tenho meus ataques de comilança.

Essa foi a crítica. Meldels, como escrevi! Faz tempo que não escrevo uma crítica tão longa. É que a história foi tão boa, então não deu para escrever tudo em poucas linhas. Espero que vocês se animem a ler tudo.







sexta-feira, 13 de abril de 2018

CBM#36: Chico e o Lobisomem - Críticas

18:06 0 Comentários



Oi, gente. Olha eu aqui de novo com outra crítica. E nessa edição, parece que o bicho vai pegar literalmente.

A história é contada naquele clima de cidade do interior, onde as pessoas se reúnem no bar local e vão contando seus “causos”. Parece que um lobisomem anda pela região assustando as pessoas, mas Chico não se importa muito pois já está acostumado com essas coisas. Só que tudo complica quando ele descobre que o bicho está interessado demais na Rosinha para o gosto dele.

É uma história simples, onde todos tentam encontrar e capturar o lobisomem e descobrir por que ele vai atrás da Rosinha. No início suspeitaram do Genesinho e até eu cheguei a acreditar, mas no fim era o Chico mesmo. Engraçado que nunca ouvi falar de lobisomem da lua azul.

Foi uma história legal, quase um terror leve. Criaram um bom mistério, não deu para ver logo de cara que o Chico era o lobisomem apesar de ter surgido uma pontinha de desconfiança quando ele atacou as goiabas do nhô Lau.

E teve outras passagens engraçadas como o nhô Lau tentando esconder no galinheiro e falando “abre a porta, Mariquinha”. Acho que nem todos vão entender a referência. E também foi engraçado quando o lobisomem atacou o entregador de pizza. Dependendo da minha fome, eu teria feito o mesmo.

Gostei da história porque criaram um clima que é ao mesmo tempo sombrio, lembrando aqueles filmes de terror que se passam em cidadezinhas pequenas e também foi engraçado em várias partes, especialmente por conta da participação do Zé Lelé.

Foi legal ver outros personagens como o seu Genésio querendo matar o lobisomem e depois ficando chocado com a chance dele ser seu próprio filho.

Agora, tem umas coisinhas que não se encaixaram bem. Uma delas foi a aparição da Oncivarda sendo que ela tinha sido levada embora na ed. 32. Será que ela fugiu, foi devolvida ou foi só furo de roteiro? Outra coisa é a vó Dita falar que a lua azul ocorre a cada dois anos, mas que o Chico só ia virar lobisomem uma vez e depois nunca mais. Ué, se ele é lobisomem da lua azul, que acontece a cada dois anos, então ele tem que virar lobisomem a cada dois anos, certo? Também não fez sentido.

De qualquer forma, eu gosto quando o Chico volta para a Vila Abobrinha. Deve ser porque eu também me sentiria mais segura estando em casa.

E o Chico curtindo um momento romântico com a Rosinha também foi lindo de se ver, gosto quando os dois aparecem juntos.

O final foi bem engraçado por causa da aparição do Saci, que ainda gosta de fazer lá suas travessuras com os garotos, embora não seja por maldade e ele tenha afeição por todos.

Essa foi a crítica. Confesso que nas histórias do Chico eu não escrevo tanto quanto nas da TMJ, não sei por que. Acho que é por não ter assim muitas coisas para falar. Mas espero que tenham gostado e aguardem a próxima!

quinta-feira, 12 de abril de 2018

TMJ#10 - As sete pragas do Limoeiro: Críticas

19:51 0 Comentários


Oi, gente. Hoje vou fazer a crítica da TMJ 110. O bom é que eu ainda não tinha lido essa história. Não consegui ler essa edição sem antes ter feito a crítica das histórias anteriores.

Nessa ed, o bairro foi assolado por algumas pragas que aparentemente pareciam desastres naturais, mas que ganharam ares de maldição. E logo de cara vemos um novo personagem se apresentando.

Quando vi o novo professor se apresentando dizendo que ia dar aulas de ciências, logo pensei na Magali. Meldels, vai dar ruim com certeza! Eu não sabia que ela ainda tinha essa queda pelo prof. Rubens.

Rapaz, ela até teve um piripaque quando soube que o professor não ia voltar mais! Com direito a choro e tudo! Mas confesso que acho um tanto exagerado esse crush que a Magali tem pelo professor.

Engraçado esse termo... antes era amor platônico, agora é crush. Um tanto esquisito, mas vá lá. De qualquer forma, eu acho meio estranho uma pessoa gostar de outra que mal nota sua existência. Mas não a critico Magali por gostar de outra pessoa porque isso a gente não controla. Contanto que ela não traia o Quim, tranquilo.

Se bem que para muita gente, o simples fato dela gostar de outro já pode ser visto como traição, mas é bem complicado porque não podemos controlar os sentimentos de ninguém. É chato saber que o namorado/namorada gosta de outra pessoa, não nego, mas acho que o casal precisa ter maturidade para lidar com isso (coisa que a grande maioria não tem, diga-se de passagem).

De qualquer forma, ela deveria ser mais cuidadosa para não ferir os sentimentos do Quim. Ele não merece isso.

Outra passagem engraçada foi o “ciuminho” do Cebola. Isso mostra como essa situação não é fácil de lidar. Quer dizer, ele não ia gostar nem um pouco se soubesse que ela anda tendo um crush por outro rapaz. Mas felizmente esse parece não ser o caso.

E mais uma vez temos Denise fazendo fofocas e espalhando boatos sem prova nenhuma. Pelo visto ela ainda não percebeu o estrago que pode fazer na vida das pessoas. Tudo bem que foi o Licurgo quem lhe deu essas informações e ele é diretor do colégio, mas mesmo assim ela não deveria ter passado o assunto para frente sem ter provas concretas. O mais chato é que todo mundo fica julgando sem ter base nenhuma. Na vida real, pessoas já morreram por causa de boatos espalhados sem prova, é por isso que não concordo que a revista coloque isso como se fosse algo engraçado porque não é.

Continuando, foi engraçada a parte onde todo mundo começa a sentir aquele cheiro ruim e logo apontam para o coitado do Cascão. Parece que até hoje ninguém acredita que ele toma banho. Às vezes nem eu...

Mas dessa vez o cheiro não foi culpa do Cascão e sim do aterro sanitário da cidade que pareceu ter saído do controle. É o que acontece quando as pessoas produzem lixo sem consciência nenhuma. Agora aguentem o fedor.

Culpar o Capitão Feio em uma situação dessas é bem compreensível, mas parece que fazer um lixão fedorento está bem abaixo das ambições dele. E interessante que agora o Cascão o chama de tio com grande naturalidade, como se estivesse falando apenas de um membro da família e não de um vilão maluco que veio preparar o mundo para a volta da serpente. Agora ele é o tio Feio.

Mas cá entre nós... só eu fiquei achando esse novo professor meio suspeito? Toda vez que a turma está falando de algo, ele meio que aparece no meio da conversa.
 
Tudo parece normal quando aparece aquela chuva de gafanhotos. Se vocês soubessem o estrago que esse bicho faz nas plantações...

A história tem uma mensagem ecológica sobre preservação, reciclagem e uso consciente dos recursos naturais. Cada praga que atingia o Limoeiro era um fenômeno causado pelo abuso que as pessoas cometiam contra o meio ambiente. E foi criativo associar os acontecimentos do bairro com as pragas do Egito na versão moderna. Só por curiosidade, as pragas do Egito são:

  1. Toda a água do Egito virou sangue, contaminando os rios e matando os peixes.
  2. Infestação de rãs.
  3. Piolhos para todo mundo.
  4. Moscas o suficiente para escurecer o céu.
  5. Morte dos animais.
  6. Pústulas (úlceras bem feias) cobrem homens e animais.
  7. Chuva de granizo que destruiu plantações.
  8. Nuvem de gafanhotos (a única que coincidiu com a da história).
  9. Escuridão por três dias.
  10. Morte dos primogênitos de homens e animais.

Eu lembro de ter visto um documentário explicando essas pragas e pelo que falaram, foi na verdade uma série de desastres ecológicos em sequência. Cientistas acreditam que naquela época ocorreu uma seca brava que causou a proliferação de uma alga no Nilo que tinha o aspecto avermelhado e intoxicou as águas, matando os peixes.

Sem os peixes para controlar a população de girinos, rãs e sapos se multiplicaram sem controle nenhum. Mas com o rio envenenado, o ciclo reprodutivo desses animais ficou prejudicado e após uma explosão demográfica, a quantidade caiu drasticamente. Daí surgiram os piolhos e as moscas.

Com a infestação de moscas e piolhos, os animais sofreram e acabaram morrendo. Há um tipo chamado mosca dos estábulos que pica os mamíferos para sugar sangue e deixa feridas, que acabam infeccionando. Daí vem a sexta praga.

Pesquisadores dizem que nessa mesma época houve a erupção de um vulcão chamado Thera que lançou toneladas de cinzas na atmosfera. Essas cinzas causaram tempestades de granito. Com tantas alterações climáticas, o comportamento dos gafanhotos também acabou mudando. A erupção aumentou a temperatura e obrigou os gafanhotos a migrarem. Já a escuridão deve ter sido causada pelas cinzas do vulcão que cobriram o céu.

E na a morte dos primogênitos pode ter acontecido pelo seguinte: tantas pragas podem ter contaminado os alimentos nos celeiros com um tipo de fungo altamente tóxico. Naquela sociedade, os primogênitos tinham mais prioridade na hora de comer. Isso valia para pessoas e animais. Como a higiene daquela época não era muito boa, eles acabaram morrendo.

Bem, eu só falei sobre essas pragas do Egito porque é interessante mostrar como um evento pode desencadear uma série de outros e causar uma grande tragédia para um povo. No caso da história, esses eventos foram isolados (o que achei uma pena, teria sido mais interessante se um causasse o outro em série). Mas ainda assim foi legal porque não são eventos sobrenaturais, são tragédias ecológicas causadas pelos abusos das pessoas.

O desenvolvimento da história foi bom, mas achei que o Cebola descobriu fácil demais a origem das transmissões. Não sei se o fato de conhecer bem o bairro serve como justificativa. Mas é história, né... não dava para complicar muito.

E o fato do prof. Ragu ser o verdadeiro culpado, imagino que a maioria dos leitores já deve ter sacado logo de cara. Um tanto previsível, o que foi uma pena. Confesso que cheguei a torcer para que o prof. Rubens fosse mesmo culpado. Isso sim teria sido uma surpresa daquelas e também um choque para a Magali, que acreditou tanto nele. Teria dado mais dramaticidade a história. Mas creio que não era esse o objetivo e sim passar a mensagem sobre proteção do meio ambiente.

Agora, o que eu achei vacilo foi ninguém ter partido para cima do prof. Ragu para imobilizá-lo. Enquanto o Cebola o estava distraindo, a Mônica podia ter chegado por trás e dado um jeito de segurá-lo. Com a força que tem, ela não ia ter dificuldade nenhuma. Ele não estava armado e não aparentava ser perigoso.

Ou então ela podia ter dado um bom chute para quebrar um dos freios de pouso do avião. Só com isso, ele não teria conseguido decolar nunca. Depois bastava imobilizá-lo. Mesmo que tentasse sair correndo, ele não ia conseguir correr mais que os quatro, especialmente o Cascão.

E também fiquei me perguntando... como a Mônica conseguiu arrastar um avião para o meio da pista sem que ele percebesse? Não era para ter feito barulho? O mais engraçado foi ele não ter ouvido a Mônica arrastar o avião, mas ouviu quando Magali e Cascão o chamaram para mostrar que o tanque de pesticida tinha sido removido. Pelo formato dos balões, eles não estavam gritando.

Tá, tá... sei que estou sendo chata. Afinal, se fizesse do meu jeito não ia ter graça nenhuma. Nem sempre a solução mais óbvia é a mais legal, certo? Apesar dessa crítica, gostei do jeito como eles fizeram as coisas. E o fato dele ter conseguido escapar dá abertura para outras histórias no futuro. Quem sabe ele não volta? A TMJ anda mesmo precisando de novos vilões.

Se bem que o prof. Ragu não era má pessoa. Ele só queria fazer a coisa certa, mas do jeito errado. Quer dizer, o melhor jeito de conscientizar as pessoas sobre a conservação do meio ambiente não é exatamente destruir tudo, né? Mas pelo menos ele conseguiu deixar sua mensagem. Até Denise foi capaz de entender e de usar sua influencia para o bem ao invés de destruir a vida dos outros.

O bom foi que o prof. Rubens voltou, pois tudo foi esclarecido. Foi até legal ver o relato dele do que tinha acontecido após perder o emprego. Só fico pensando como ele conseguiu escapar usando só um sanduíche de atum. Foi legal ver um pouco mais de destaque ser dado a um personagem secundário e adulto. E a Magali se derretendo toda para ele foi impagável. Olha o assanhamento, menina!

Eu teria apreciado mais um pedido de desculpas da Denise, ou pelo menos algum sinal de arrependimento, pois foi ela quem saiu espalhando a suspeita de que ele poderia estar causando aqueles desastres. Mas enfim... pode ser que algum dia no futuro isso aconteça.

Eu gostei da história, achei legal o tema ecológico e da mensagem que tentaram passar. Não me importo quando a história tenta educar também. Só acho que seria legal se abordassem outros temas além de ecologia. Mas sei que a MSP não quer se envolver em polêmicas.

Também gostei da capa, especialmente das roupas da Mônica e a expressão da Magali. E o fundo ficou muito bem feito, com uma paisagem de destruição e caos ao invés de somente um fundo colorido com gradiente. Só senti falta do Cascão, não é a primeira vez que ele é excluído da capa. E ele participou da história, gente! Não ficou só no canto do quadrinho cutucando o nariz não!

A segunda capa também ficou muito bonita, mas acho que tropeçaram um pouco na expressão da Magali. Parece que ela ficou tipo “tá rolando uma tragédia no bairro? Ah, tá. Que coisa.”.

Mas o desenho da Magali na segunda capa... acho que podia ter sido melhor. Os cabelos ficaram estranhos. Sem o rabo de cavalo, ficou parecido com o da Irene. E a roupa, gente! Quem anda na rua com esse tipo de roupa? Essas mangas bufantes ficaram muito exageradas e aquela coisa na cintura dela é bem estranha. Não me entendam mal, o desenho ficou bonito sim, mas confesso que a roupa podia ter sido um pouco mais, sei lá, algo que uma pessoa comum usaria.

Já as roupas da Denise na terceira capa até que ficaram boas, algo bem a cara dela.

Essa foi a crítica da TMJ 10. Tenho andado mais inspirada a escrever e até publiquei outras coisas no blog também. Acho que vou conseguir colocar as ed. da TMJ e CBM em dia. Até mais, pessoal!

CBM#35: Social Game - Críticas

11:57 0 Comentários


A crítica de hoje é sobre a ed. 35 do Chico Moço. Parece que ele finalmente cedeu aos encantos dos jogos digitais e se envolveu muito em um jogo que é bem a sua cara: cuidar de terras e plantações, vencer pragas, etc.

Chico não é do tipo jogador, mas ele acabou gostando do jogo e até se dando muito bem nele, tanto que atraiu uma legião de fãs e até passou a ganhar dinheiro para jogar, fazer testes e atrair mais fãs ainda.

A história foi boa, na média. A melhor parte foi ver os pais desesperados ao saber que o filho estava “ganhando dinheiro no jogo”.


Eu nunca fui muito de jogos online. Às vezes jogo o Amor Doce e só. Sei lá, tomam muito tempo e não rendem nada. Acho que não tenho paciência mesmo.

O desenvolvimento da história foi bom e natural ao meu ver. Mostrou que não há nada de errado em gostar de jogos contanto que a pessoa não deixe de viver sua vida por causa disso. Foi meio difícil para o Chico se sentir atraído para o jogo porque é tudo virtual. Apesar de ser algo que trabalha com a terra, nada era feito manualmente, não despertava nele a mesma satisfação que mexer na terra lhe trazia.

Como cresceu sem vídeo-game e outras modernidades, o Chico não dava muita importância e preferia coisas mais práticas, como interagir com o mundo real ao invés de ficar com a cara colada no computador. Mas interagir virtualmente também é bom, contanto que as pessoas não fiquem só nisso.

Aos poucos ele foi aprendendo a gostar do jogo, atraiu fãs e ficou famoso na internet. E ele estava até ganhando dinheiro e ajudando seus pais, o que era melhor ainda. Mas com o tempo ele foi percebendo que as pessoas estavam deixando de viver só para ficar em função do jogo.

A atitude dele de deixar tudo terminar foi bem rebelde e surpreendente. Diria que foi muito corajosa porque se tratava do seu ganha pão. Ele teve que ser forte para não se deixar levar pela opinião dos outros para passar a sua mensagem.

O bom é que as pessoas entenderam sua mensagem e não houve uma rebelião geral contra ele por ter deixado tudo se acabar.

Mas tudo terminou bem porque a dona do jogo entendeu  e lançou outra versão do jogo que controlava o tempo em que a pessoa ficava online, o que era bom pois impedia o jogador de se exceder e ficar só no jogo.

E o Chico seguiu sua vida, preferindo ficar no real mesmo. Mas ele não abandonou a internet de todo, pois resolveu virar youtuber ensinando a mexer com a terra. Seria bom se desenvolvessem mais isso no futuro, quem sabe transformar em algo rentável para ele.

A história foi legal, os cenários do jogo ficaram muito bons pois conseguiram criar um ambiente virtual bem bacana para os jogadores. Gostei das versões tecnológicas das ferramentas, do fazendeiro e até do gafanhoto destruidor de mundos. E gostei que a dona do jogo não fosse uma criatura gananciosa que só pensa em ganhar dinheiro acima de tudo, mas alguém preocupada com o bem estar dos jogadores também. Pelo menos fugiram do clichê empresário/olho grande/fominha/ganancioso.

Ah, e vocês repararam na participação especial do Xaveco? Bem, pelo menos o cabelo parece bastante, não é? 


Espero que tenham gostado da crítica. Daqui a pouco tem mais!



A hora do Vampiro - filmes

11:25 0 Comentários



Lembram de quando falei do livro A hora do Vampiro? Pois é. Eu gostei tanto  que acabei me animando a ver o filme. Mas não foi um filme só não, foram 3! Mas como?

Bem, é que primeiro tem a versão de 1979 que na verdade foi uma minissérie. Depois tem outro filme Os Vampiros de Salem´s Lot – O Retorno feito em 1987 que teoricamente seria uma continuação do primeiro. E por ultimo tem o filme produzido em 2004. Vamos por partes:

A mansão Martesn (1979) – Esse me fez lembrar o porquê de eu preferir ver primeiro o filme e só depois o livro. Sempre que faço o caminho inverso, me decepciono. Vejam bem: eu entendo que não dá para fazer o filme 100% fiel ao livro. Algumas coisas vão precisar ser mudadas/cortadas. Quando o enredo sofre alterações, mas mantém o essencial e as principais passagens, ainda vá lá. O problema é quando mudam tanto a história que a gente quase não reconhece. Basicamente, criaram uma história diferente usando os nomes dos personagens. Acho que a única coisa que permaneceu mais ou menos foi o final.

Só nunca consegui entender por que mudaram a aparência do chefe dos vampiros, já que no livro ele até tinha boa aparência, mas no filme ficou parecendo uma toupeira zumbi.

Os Vampiros de Salem´s Lot – O Retorno (1987) – Nada a ver com o livro ou o primeiro filme. Basicamente, o diretor só aproveitou o nome e a capa para atrair o público, mas não há menção nenhuma a história original, nem a casa Marsten (peça central sem dúvida). Ficou até estranho porque os vampiros dizem que habitam a cidade há uns 300 anos. Isso mostra desconexão total com o livro.

A história não é complicada. Um homem leva seu filho chato reclamão adolescente de volta à sua cidade natal em busca de uma vida mais calma. Mas acabam descobrindo que Salem's Lot é um lugar com mais vampiros do que pessoas. Mas por enquanto os dois estão seguros porque os vampiros querem que o protagonista, um antropólogo com experiência em escrever sobre os costumes de outras sociedades, escreva uma espécie de bíblia para ser publicada dentro de uns 200 anos. Nessa bíblia teria a história dos vampiros contada pelo ponto de vista deles para mudar a forma como as pessoas os vêem.

Nessa sociedade, os vampiros criam vacas para viverem do sangue delas. Há até algumas pessoas que trabalham na cidade, que eles chamam de “zangões” e fazem serviços que precisam ser feitos durante o dia. É uma sociedade organizada e quase tão normal como qualquer outra, com a diferença de que os vampiros trocam o dia pela noite.

Só que nem tudo são flores. Os vampiros não atacam os humanos o tempo inteiro, pois tem as vacas. Mas fazem isso em ocasiões especiais para relembrar os velhos tempos. E eles parecem ver os humanos como criaturas inferiores. Tanto que até questionam se humanos são capazes de amar.

É um filme interessante porque tem nele um caçador de nazistas que também mata vampiros. Percebem a analogia? Fora isso, o filme é bem fraquinho. O roteiro é lento, pouco desenvolvimento e os efeitos são bem tristes, parecem aquela coisa de filme trash. Tem um vampiro que fica com cara de monstro quando se enfurece e dá para ver claramente que é só uma máscara de borracha. Muito mal feito.

A mansão Marsten (2004) – dos três é o melhor porque segue mais o livro ainda que tenha várias diferenças. A maior dela é a história se passar por volta de 2004 ao invés de 1979. Até que ficou bom assim porque fica mais familiar para as pessoas.

Os efeitos desse filme também ficaram melhores. Claro que também tiveram que mudar muitas coisas, alguns personagens nem apareceram, outros foram modificados demais. Mas pelo menos eles mantiveram os principais eventos do livro e fiquei feliz em ver no filme cenas da história de que tinha gostado.

Um dos poréns é um personagem chamado Mark, um garoto bem esperto para sua idade e com uma capacidade incrível de se manter calmo em momentos que deixariam qualquer adulto louco. O Mark do filme não representou muito bem o do livro, mas acho que quiseram ser mais realistas deixando-o mais próximo de um adolescente comum.

O final é basicamente o mesmo, mas o fim que o protagonista levo foi diferente e confesso que não gostei muito desse desfecho. Se bem que determinado personagem do livro também se lascou e achei que foi merecido.

Eu só vi esses filmes porque tinha gostado bastante do livro. Até que valeu a pena e foi uma boa experiência. Eu recomendo as duas versões, a de 1979 e a de 2004. Já o de 1987 é meio que perda de tempo porque não fala nada da história original.








terça-feira, 10 de abril de 2018

TMJ#09 - O sumiço do Cebola: Críticas

10:20 0 Comentários



Oi! Desculpem a demora, é que quando se trata de história protagonizada pelo Cebola, minha boa vontade diminui um pouco. Eu não o odeio, mas também não consigo gostar dele.

E a história, sei lá... não foi tipo aquela coisa que nos faz dizer “UAU”! Foi boa, mas apenas na média.


O tema é sobre a turma tentando fazer um trabalho em grupo para uma feira de ciências. Ah... eu nunca gostei de trabalhos em grupo. Quando podia, fazia tudo sozinha porque achava mais fácil. E lendo a história, pude relembrar o por que de eu continuar não gostando de trabalho em grupo.

No início eles estavam com dificuldade para conseguir uma boa idéia e ao invés de ajudar, Cebola só ficou centrado na idéia dele. E no fim das contas, os três conseguiram pensar em algo legal para fazer e foi isso que ganhou o prêmio, não os delírios do Cebola.

Acho que fiquei bem irritada com essa história porque o Cebola meio que pareceu ter voltado aos tempos dos esquemas, planos e mentiras. Já tive muito disso ao longo dos anos, então meio que enjoei. Claro, eu entendo que apesar de ter mudado, o Cebola não virou santo. Ele ainda tem lá seus defeitos. O problema é que minha tolerância com ele é que ficou baixa demais. E até a Mônica me pareceu de saco cheio, com disposição nenhuma para aturar essas infantilidades dele.

Outra coisa de que não gostei é que tive a impressão de ter visto um pouco de Gaslighting. De forma bem simplificada, isso significa o seguinte: o cara apronta algo, a mulher percebe e vai tirar satisfações. O cara sabe que aprontou, mas se finge de santo dizendo que não fez nada, que a mulher é louca, está vendo coisas, sendo chata, pegando muito no seu pé, etc. E ele faz de tal forma que a mulher acaba duvidando de si mesma, pensando que está realmente louca e até se sente mal por ter duvidado do santo.

Sei que pode parecer exagero e problematização da minha parte. Mas quando a Mônica vê o Nico e vai tirar satisfação com o Cebola, ele age dessa mesma forma e até acha ruim quando ela insiste. Pode não ter sido intencional da parte dele, mas percebo aí um certo perigo. Se ele fez uma vez, pode fazer de novo. Aliás, ele até já fez no passado quando xavecava/olhava outras garotas e depois recriminava a Mônica por sentir ciúmes, como se ELA fosse a louca.

E gente... cá entre nós... o Cebola realmente achou que o grupo dele ia tirar primeiro lugar na feira com um projeto que sequer era deles? O que ele pretendia fazer com o invento do Franja? Levar tudo pra escola e falar que foram os quatro que fizeram a máquina? Ou pretendia só estudá-la para depois fazer uma apresentação aos professores? De qualquer forma, ia dar tudo errado. Primeiro porque apresentar algo que não foi feito por eles ia dar problemas. Segundo, os professores não iam dar o primeiro lugar para uma apresentação sem nada construído. De qualquer forma, o plano era fail total.

Sem falar que da última vez que verifiquei, invadir a propriedade dos outros é crime. No lugar do Franja, eu teria chamado a polícia ou pelo menos ido falar com os pais do Cebola, porque ele entrou no laboratório do amigo sem autorização. E a besteira dele quase gerou um incidente internacional entre o Brasil e outro país.

E no fim das contas, o que salvou o dia foi a invenção feita pela Magali, Cascão e Mônica. E eles até colocaram o nome do Cebola no projeto apesar de ele não ter contribuído com nada! Eu não teria sido tão generosa assim.

Mas apesar de tudo, gostei da participação do Nico e achei engraçado ver os guardas do laboratório falando tudo ao contrário como se fosse uma língua diferente. E a mensagem é bem bacana, pois aborda a reciclagem e procura de fontes diferentes de energia, coisa que precisamos de verdade.

Bem, é isso. História boa, serve para entreter, mas nada de excepcional. Pelo menos gostei de ver maior participação do Cascão e da Magali, pois eles foram os principais pensadores do projeto.E gostei também do Franja ter aparecido.

Até a próxima crítica, pessoa! Deve sair mais coisas no blog ainda essa semana!

domingo, 8 de abril de 2018

A hora do vampiro

16:19 0 Comentários



Autor: Stephen King
Publicação: 1975
Páginas: 464
Nota: 10

Sinopse: Ambientado na cidadezinha de Jerusalem's Lot, na Nova Inglaterra, o romance conta a história de três forasteiros. Ben Mears, um escritor que viveu alguns anos na cidade quando criança e está disposto a acertar contas com o próprio passado; Mark Petrie, um menino obcecado por monstros e filmes de terror; e o Senhor Barlow, uma figura misteriosa que decide abrir uma loja na cidade.

Após a chegada desses forasteiros, fatos inexplicáveis vêm perturbar a rotina provinciana de Jerusalem's Lot: uma criança é encontrada morta; habitantes começam a desaparecer sem deixar vestígios ou sucumbem a uma estranha doença. A morte passa a envolver a pequena cidade com seu toque maléfico e Ben e Mark são obrigados a escolher o único caminho que resta aos sobreviventes da praga: fugir.

Mas isso não será tão simples, os destinos de Ben, Mark, Barlow e Jerusalem's Lot estão agora para sempre interligados. E é chegada a hora do inevitável acerto de contas.

Outro livro de Stephen king que eu li essa semana, logo depois de terminar Carrie, a Estranha.

Sabe aquele livro que a gente começa a ler e não consegue parar? É esse. Quando comecei a ler, as páginas foram fluindo uma após a outra e quando dei por mim, já tinha lido umas dez ou vinte páginas sem perceber.

Até agora eu li poucos livros de King, só 3 (Carrie, a hora do vampiro e a Dança da morte que falarei outro dia). Mas percebi que a escrita dele é excelente. Fácil, linguagem simples e envolvente. A gente bate o olho e entende tudo na hora, não precisa reler o mesmo trecho mais de uma vez.

Confesso que histórias de vampiro nunca foram minhas preferidas, mas estou lendo os livros dele pela data de publicação e este está na seqüência. A história foi baseada Drácula de Bram Stoker (de repente me animo a ler), então não tem nada desses vampiros frescolas que brilham sob a luz do sol. O lance aqui é vampiro raiz mesmo, do tipo que tem medo de crucifixo, queima com água-benta, tem medo do sol, foge de alho e só quer saber de beber sangue.

O ritmo da história é aquele padrão em filmes de terror clássico. Tudo começa aparentemente normal. Uma coisa estranha acontece aqui. Ninguém desconfia. Outra coisa estranha acontece ali. Geral não liga. Mas os eventos vão aumentando até que o personagem principal começa a ficar desconfiado e resolve a investigar. Depois em numa espécie de avalanche, onde o que antes pareciam casos isolados se tornam freqüentes.

Salem’ Lot é uma típica cidade pequena dos EUA. Todos se conhecem, pouca coisa de importante acontece, tudo ali é parado. A gente vai conhecendo os personagens e vendo o papel que cada um desempenha naquela cidade onde tudo é sempre igual. Tem até a típica fofoqueira que espia a vida de todo mundo com um binóculo na mão e o telefone na outra.

Os mesmos casos, muitas vezes coisas que aconteceram anos atrás, são sempre comentados de novo e de novo, meio que passados de uma geração a outra. Velórios chegam a ser tipo um acontecimento porque morre pouca gente na cidade também (já morei na roça, é verdade mesmo).

É nesse clima de cidadezinha do interior que o personagem principal, Ben, volta para a cidade a fim de acertar assuntos pendentes de sua infância que o assombram até a vida adulta. Ele chegou achando que tudo ia ser tranqüilo, que ia poder escrever seu livro e respirar um pouco de ar puro. Só que não.

A impressão que eu tive é que o livro meio que começa pelo final, quando a história já teve seu desfecho. Interessante, mas um tanto corta-clima porque acabei vendo quem ia ou não morrer. Mas ainda assim foi bom, pelo menos não fiquei criando grandes expectativas. Aliás, quem quiser ler os livros de King tem que se acostumar com isso, pelo que percebi até agora. Não sei se é assim com todos, mas parece que ele tem a tendência a dar pequenos spoilers ao longo da leitura. Mas ao invés de atrapalhar, acaba criando algum suspense porque aguça nossa curiosidade de saber mais detalhes do que aconteceu e por que aconteceu. Vale a pena.

A peça central no livro, se posso chamar assim, é a Casa Marten. É uma casa antiga de aparência bem assustadora onde aconteceu uma grande tragédia. Essa casa ganha tanta importância na história que em alguns momentos até parece um personagem e não somente uma casa. É um lugar que parece emanar o mal e as pessoas sentem logo quando chegam perto. Ela tem uma história horrível, como falei. Teria sido interessante se o autor tivesse falado um pouco mais a respeito, mas do jeito que está ficou bom.

Outra característica é o grande número de personagens que vão aparecendo no livro. Dá um pouco de trabalho lembrar seus nomes, mas a gente se acostuma. É bem legal porque não vemos o ponto de vista só do personagem principal e sim das pessoas envolvidas na trama. Isoladas, essas passagens não dizem muita coisa. Mas juntas, nos deixam por dentro de tudo o que acontece na cidade.
E esses pontos de vista vão de coisas bem simples como a rotina da pessoa, seu trabalho, etc. até coisas mais complexas e assustadoras. Quem não estiver acostumado pode se perder um pouco. 

Conhecemos os principais lugares em Salem’s Lot, as pessoas que freqüentam e suas histórias. A gente até chega a entrar no clima, sentimos a rotina do lugar e até da a impressão de fazermos parte dela. Também vemos a passagem das horas do dia, desde o amanhecer até o anoitecer.

O medo e o terror que os personagens sentem também é bem descrito, assim como as sensações que cada um tem de estar sendo vigiado e até os cheiros que sentem quando chegam em determinados lugares. Nessa história, temos terror e quotidiano misturados. Em alguns momentos tudo parece tranqüilo e normal, em outros vemos como tudo vai desandando aos poucos até que esse verniz de normalidade acabe descascando e revelando toda a morte e decadência que está por detrás dele.

Os únicos poréns foram a luta final, da qual esperava mais ação e o desfecho da história que faltou mais detalhamento. Acho que King preferiu deixar as coisas no ar, mas preferia que tivesse falado o que aconteceu. A não ser que esse assunto seja abordado em outro livro para frente, vamos ver.

Quem gosta de um bom terror, recomendo. Acreditam que até chegou a dar um medinho durante a noite? Sabe quando qualquer barulhinho dentro de casa assusta e a gente até chega a ver um vulto aqui e ali? Pois é. Quer dizer que o livro é bom mesmo. Não recomendo para crianças menores de 16 anos, o ideal seria ter mais que 18. Aconselho cuidado ao ler esse livro para quem não tiver idade suficiente.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Carrie, a estranha

20:07 0 Comentários



Já que finalmente me libertei dos livros das Crônicas de Fogo e Gelo, agora posso ler outros sem problema. E o próximo é Carrie, a estranha de Stephen King. E esse também não é para as criancinhas inocentes.  

Sinopse:

A obra apresenta a adolescência de uma jovem problemática, perseguida pelos colegas, professores e impedida pela mãe de levar a vida como as garotas de sua idade.
Só que Carrie guarda um segredo: quando ela está por perto, coisas estranhas acontecem, misteriosamente.
Aos 16 anos, Carrie prepara sua vingança contra todos os que a prejudicaram.

Esse foi o primeiro livro publicado de Stephen King. Vocês sabiam que quando ele terminou de escrever, odiou o resultado e jogou no lixo? Pois é. A sorte é que sua esposa encontrou os manuscritos, leu, adorou e o convenceu a publicar. O sucesso foi tão grande que lhe deu fama e dindim no bolso.

Sabe... quando pesquisei sobre esse livro, falaram que era um livro forte, carregado de emoções pesadas. O próprio King falou que acha que esse livro "cru" e "com um surpreendente poder de machucar e horrorizar". É inclusive um dos livros mais banidos nas escolas estadunidenses. Daí eu pensei: leio sim ou claro?

E li, mas confesso que fiquei um tantinho decepcionada. Tirando a cena inicial onde a personagem sofre bullying no banheiro (isso sim foi cruel e horrível) e outra onde ela sofreu a brincadeira cruel que desencadeou toda a tragédia, eu não fiquei nem um pouco horrorizada com o livro. Para ser sincera, achei até bem tranqüilo de ler. Um pouco chatinho até porque tentaram fazer na forma de um documentário, intercalando a história com depoimentos, entrevistas, trechos de cartas e livros, transcrições de julgamentos, etc.

Se por um lado isso ajudou a dar um certo realismo à história, por outro deixou a leitura um tanto maçante.

Carrie é uma moça tímida, extremamente reprimida pela mãe fanática/maluca/bitolada. Sabe aquele tipo de pessoa para qual tudo é coisa do diabo? Pois é. Para ela, até chuveiro elétrico e travesseiros eram coisas do caipiroto, só para vocês terem uma idéia. E nem vou falar dos ataques psicóticos que ela dá quando vê algo que vai contra sua fé. A mulher endoida o cabeção literalmente.

É nesse ambiente que Carrie cresce, sofrendo todo tipo de repressão, castigos e abusos. Sua mãe a leva na rédea curta e lhe pune severamente por coisas que pais normais e mentalmente saudáveis achariam banais. Quando ela teve sua primeira menstruação, por exemplo, apanhou e foi castigada porque na cabeça da sua mãe, mulher que menstrua é pecadora. O bagulho é tão louco que é preciso ler o livro para entender. Falar aqui não vai dar a idéia de como a coisa é de verdade.

Carrie é tão reprimida que fica difícil separar o que é da personalidade dela do que veio da educação fanática e castradora de sua mãe. Ela incorporou muitas crenças da sua mãe, inclusive irritava as colegas de escola dizendo que elas iam para o inferno. Mas não fazia por mal, era apenas o que lhe ensinaram a creditar.

Por ser tão diferente, ela não tinha amigos e vivia isolada. Era também alvo constante de deboches e piadas. Era aquela pessoa que quando andava pelo corredor, colocavam um pé na sua frente para fazê-la tropeçar.

Aos poucos ela vai se rebelando, descobre o poder que tem (literalmente) e começa a desafiar sua mãe. Decide que quer ser uma pessoa normal e não uma mulher recalcada, azeda e amargurada como sua mãe era. Mas é claro que no livro não foi algo assim tão simples.

Embora não seja tema central, a história aborda o bullying e suas conseqüências. É algo que pode causar um estrago muito grande na vida de quem sofre e até das pessoas ao seu redor. E vamos lembrar que essa história foi escrita num país onde já aconteceu de alunos entrarem atirando em colégios por causa das provocações dos colegas, então o que King escreveu nem é tão fora da realidade assim, os alunos só não tem poderes sobrenaturais.

Além da Carrie tem sua antagonista, uma garota chamada Chris Hargensen que é extremamente arrogante, mimada e se acha no direito de fazer o que quiser porque papai a protege de tudo. Foi essa garota quem desencadeou toda a tragédia que se seguiu no fim do livro. Pelo menos teve o fim que mereceu.

Bom, eu não vou falar mais porque seria spoiler. Se você tiver idade para ler o livro, leia. É um livro pequeno (umas 200 páginas) e a leitura é boa. 

quinta-feira, 5 de abril de 2018

As Crônicas de Fogo e Gelo

19:37 0 Comentários



Ufa! Finalmente terminei de ler os cinco livros das crônicas de fogo e gelo, do autor George R. R. Martin. Considerando a quantidade de páginas de cada livro, pode-se dizer que é uma vitória. Se não me engano, deve ter levado mais ou menos um ano e oito meses para concluir toda a leitura. E olhe que eu leio rápido! Acontece que eu encalhei no primeiro livro por bastante tempo, depois travei no terceiro. Só então a leitura conseguiu fluir.

O que eu achei dos livros? Vou ser sincera.

Quando soube da série, nem dei muita idéia e até torci o nariz. Uma história medieval envolvendo dragões? Não era a coisa mais original do mundo. Mas resolvi assistir assim mesmo e acabei gostando. Com isso, me animei a ler os livros também. Normalmente não leio sagas inacabadas, mas na época achei que quando chegasse ao ultimo livro, já teria mais publicados (sabe de nada, inocente!).

Antes de qualquer coisa, vou logo avisando que as crônicas de gelo e fogo não são para criancinhas inocentes. Se você não tem mais que 18 anos, melhor ficar longe.  

Sabe, dizem que essa crônica é tipo um Harry Potter para adultos e acho que eles tem razão. O mundo que Martin construiu é realmente fora de série. A história se passa em outro mundo, mas numa sociedade que lembra a nossa idade média. Tinha tudo para ser uma historinha banal de dragões, mas GoT (Game of Thrones) é bem mais do que isso.

Martin é muito detalhista ao descrever cenários, pessoas, vestes e situações. É por isso que os livros ficaram tão grandes. Esse detalhismo pode deixar os livros difíceis de ler, mas é exatamente o que faz a história tão boa porque a gente se sente dentro daquele mundo, podemos sentir seus costumes, a forma como os personagens pensam e sentem.

Cada cidade, cada lugar é descrito com uma precisão incrível, como se realmente existissem. Fico até pensando de onde Martin teria tirado tanta coisa.

Não é uma história simples de mocinhos e vilões, os personagens são mais complexos do que isso. O personagem pode fazer coisas horríveis, mas a gente acaba entendendo o porquê dele ter feito aquilo. Acho que críticas sobre GoT tem aos montes para quem se interessar, não sei se eu teria algo de novo para acrescentar. Mas para quem quiser ler os livros, eu dou algumas dicas:

1 – Não se apegue a nenhum personagem. Crush literário nem pensar.
2 – Não tenha medo de livros grandes.
3 – De vez em quando, vamos nos deparar com listas enormes de nomes de cavaleiros. Tipo “Sor fulano da casa X, com Y em seu estandarte, armadura zzzz, etc.” Em alguns momentos a lista vai ser grande. Não se preocupe em decorar esses nomes, a grande maioria vai aparecer uma vez só. Com o tempo, você vai saber quais são os personagens importantes e aprender seus nomes.
4 – Essa pode ser difícil. Entenda que GoT se passa em um contexto sócio-cultural diferente do nosso, então não podemos cobrar que os personagens tenham a nossa mentalidade. Para nós, a sociedade vai parecer muito injusta, as pessoas super preconceituosas, o machismo e a misoginia vão rolar soltos. Tem que ter isso em mente ou não vai conseguir continuar com a leitura.
5 – Isso não é Disney. Se algo tiver que dar errado, vai dar errado da pior forma possível e muita gente vai se lascar.
6 – Já falei que a sociedade é injusta? Você vai ver pessoas boas sendo mortas enquanto as perversas se dão bem.
7 – Esqueça os direitos humanos, isso não existe em GoT. Há pouca compaixão, vida humana não vale nada. Reis e nobres podem fazer o que quiser com seus servos e ninguém vai falar nada sobre isso.
8 - A pessoa só terá valor se tiver nome e nascimento nobre.
9 – Grupos excluídos serão tratados com desprezo e desdém.
10 – Há brutalidade, assassinato e até estupro em GoT. É algo horrível, eu sei. Não gosto, preferia que não tivesse, mas pelo menos não é colocado como algo bom e certo. Apenas como algo que acontece naquele contexto.

Há coisas na história com as quais não concordo. E apesar de entender por que acontece desse jeito, vou continuar não concordando. Mas dá para continuar lendo.

Acho que uma das coisas que me prendem é saber que apesar do machismo que impera, há mulheres fortes que tentam abrir caminho e ter seu lugar sob o sol. Isso mostra que o autor não tem a intenção de ser machista.

Outra coisa de que gosto é que esse é o tipo de história que os fãs tecem teorias, tentam descobrir pistas ocultas, etc. É algo que faz o povo pensar ao invés de só ler passivamente.

Ainda faltam uns três livros para acabar a saga. Dizem que o sexto vai sair no fim de 2018, começo de 2019. Cada livro demora uma eternidade para sair. O primeiro saiu em 1996, para vocês terem uma idéia. Então acho que só vou terminar de ler essa saga em 2025, sendo otimista.

Pelo menos eu estou lendo sem esperar um final feliz. O próprio autor disse que o final será agridoce, com coisas boas e coisas tristes. Bem... se uma meia dúzia de personagens terminar essa saga com vida, já vou considerar como um final feliz.