quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

CBM#27: O irmão do Chico - Críticas

18:19 6 Comentários




Oi, gente! Sim, eu sei que sempre demoro para fazer as críticas da CBM. Mas como o foco do meu blog é a TMJ, eu meio que acabo negligenciando as histórias do Chico.

E cá entre nós, essa edição bem que merece uma crítica porque foi bem legal! Primeiro porque mostrou um sonho que muita gente tem: um clone para ajudar a fazer as tarefas. Isso não seria demais? Até me lembrou um filme da Disney chamado “o outro eu” , onde um garoto criou um clone de si mesmo por acidente ao fazer um trabalho de ciências. E como ele não era bobo nem nada, passou a usar esse clone para ir a escola e fazer tarefas chatas enquanto ele ficava no quarto jogando vídeo-game e lendo revistinhas. 

 
Se bem que na história o Chico não abusou do seu clone em momento algum. Passado o momento de susto, os dois acabaram se entendendo e dividindo as tarefas. Até fiquei bem surpresa ao ver como eles passaram a se dar tão bem e confiando um no outro. Depois de um tempo, eles meio que ficaram como irmãos gêmeos de verdade, se entendendo perfeitamente bem e se ajudando. 

Uma coisa que eu gostei na história foi que em determinado ponto cheguei a ficar com dúvidas sobre quem era o Chico verdadeiro. A aparência era a mesma, assim como a personalidade, as memórias, tudo! Aí acabei ficando na dúvida: quem era o Chico de verdade? Podia ser o que apareceu primeiro, mas também podia ser o outro. Como saber se eles eram iguais e agiam da mesma forma?

Mas é claro que nem tudo são flores, né gente? Eles podiam dividir os estudos, trabalho, tarefas, o quarto, a família e até as cuecas. Mas tem certas coisas que não dá para dividir e a Rosinha é uma delas. Tudo ia bem até que o encontro com a Fran criou um dilema para eles.

O Chico 1 achou que o Chico 2 podia ficar com a Fran, assim ela largaria do pé dele e todos ficariam felizes. Uma boa idéia, não? Não. Como eles são exatamente iguais, também tem as mesmas memórias e sentimentos. Daí o Chico 2 também ama a Rosinha e é claro que não quer ficar com outra garota como prêmio de consolação. É nessa hora que o pau quebra e os dois brigam feio, muito feio.

Sério, foi muito tenso ver como o Chico 1 ficou com raiva, furioso mesmo e parecia querer matar o Chico 2. É a primeira vez que o vejo assim. Quer dizer, já li uma historinha nos gibis onde ele deu uma tremenda surra num almofadinha da cidade que tinha dado um beijo no rosto da Rosinha, mas depois de adulto é a primeira vez que o vejo tão violento.

Essa cena, tão dramática e até chocante, me fez pensar numa coisa: será que os roteiristas estão tentando desfazer a aura de bonzinho e perfeito dele? Sim, porque ultimamente tenho notado que ele anda fazendo algumas coisas que teoricamente não deveriam fazer parte da natureza dele. Vejam bem:

Na ed. 20 ele traiu a rosinha para ficar com a Lisandra. Sim, para mim foi traição porque ele não terminou o namoro, não conversou como uma pessoa civilizada deveria fazer. Logo, foi traição.

Na ed. 21 ele meio brigou com a Rosinha porque ela tinha achado ruim do atraso dele. Sua postura foi a de que não estar importando muito em passar mais tempo com ela.

Na 22 ele deu um soco no Genesinho, que mesmo apanhando achou graça de ver o Chico perdendo sua pose de bonzinho.

Na 25 ele xeretou as coisas da Sofia, algo que normalmente ele não faria porque sempre foi muito respeitador. E na 26 meio que ficou aquela dúvida: ele fez ou não fez alguma coisa com aquele sujeito para roubar as suas chaves? Será? Será?

Pode ser só impressão minha, mas acho que eles perceberam que o Chico estava perfeitinho demais e agora querem deixá-lo um pouco mais humano. Bem... mesmo que eu discorde de algumas atitudes dele e até fique indignada com algumas coisas, confesso que gosto dessa mudança. Fica algo mais real, mais perto das pessoas de carne e osso.

Voltando a história, quando os ânimos acalmaram o Chico 1 percebeu (e se arrependeu muito) o que tinha feito, chegou até a chamar o Chico 2 de irmão. Então eles perceberam que alguma coisa estava errada porque era para a briga ter ficado empatada, com os dois batendo e apanhando igualmente. Só que não ficou porque o Chico 2 apanhou bastante.

Então veio a resposta: o Chico 2 na verdade é um clone criado por acidente pelo Chico que sem querer cuspiu num caldo meio esquisito e dali sai um clone. Não sei se realmente gostei dessa justificativa. Quer dizer, saiu meio forçado um clone ter nascido num laboratório de uma mistura feita numa faculdade de agronomia. Nem sabemos o que era aquela coisa. Pelo menos levantou uma questão interessante sobre a clonagem: o que aconteceria se clonassem um ser humano de verdade?

As memórias seriam as mesmas ou teríamos um novo indivíduo? Já que isso nunca foi feito antes (pelo que se sabe), cada autor tem liberdade para colocar o que poderia acontecer. Mas particularmente não acho que seja possível que um clone tenha as mesmas memórias que o original. Isso vem do nosso aprendizado, experiências, etc. Não é algo que pode ser transmitido geneticamente. Se fosse, nós teríamos ao menos uma parte da memória dos nossos pais e isso não acontece. Mas enfim...

Como o Chico 1 disse, só podia haver um deles e isso foi resolvido facilmente fazendo o clone degenerar mais rápido que uma pessoa normal. Assim o Chico 2 teve que ir embora, já que não dava mais para continuar vivendo a mesma vida que o Chico 1 porque já estava velho. Então o jeito foi botar a viola no saco e caçar rumo.

Foi um final bonito, porém triste porque fiquei imaginando o Chico 2 morrendo sozinho em um canto qualquer. Ele não podia mais viver a vida do Chico 1 e nem ficar com a Rosinha. Nem mesmo pode dar um abraço nela, já que os dois escolheram não falar nada.

Pensando bem, talvez a opção do clone tenha sido melhor, pois não daria para fazer a mesma coisa se fosse um Chico do futuro, um descendente ou alguém vindo de uma realidade paralela. Parece que eles estão tocando em assuntos mais... maduros nas histórias da CBM como morte, traição, gravidez indesejada, etc. Vocês sabem, coisas que seria interessante de se ver na TMJ. 

Essa foi a crítica do mês. A próxima ed. vai ser qualquer coisa de o Chico passando a noite numa cabana perto de um lago com os amigos, mas aí coisas estranhas acontecem, etc. parece que tem qualquer coisa a ver com japoneses, talvez segunda guerra ou o Titanic afundando, sei lá. Vamos ver o que essa história reserva para nós. E prometo que não vou demorar tanto com a crítica dela dessa vez. Claro, só vai sair quando eu ler, né?

Para mais críticas e opiniões, confiram o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem:


E aqui tem os palpites para a ed. 28:

domingo, 20 de dezembro de 2015

TMJ#89: Sangue Fresco - palpites

17:27 43 Comentários


Quando vi a capa da ed. 89, cheguei a pensar que fosse desenho de algum fã, mas não era. É a oficial mesmo. Vocês devem ter percebido que fiquei decepcionada, né? Sim, eu fiquei.

Sei lá, pode parecer chatice minha, mas quando uma história é centrada em um ou mais personagens, sou da opinião de que esses personagens deveriam aparecer na capa, certo? Acho que isso é mais que óbvio. Foi por isso que fiquei assim meio decepcionada, porque decidiram colocar o conde Drácula no lugar da Magali.

Ainda assim estou bem curiosa com essa edição porque, pela primeira vez em... sei lá, vários meses, vamos ter Magali e Cascão como protagonistas. Acho que a última vez em que eles receberam algum destaque foi na ed. 67. É bom ter uma história que não gire ao redor de Mônica-Cebola-DC. Tô ficando enjoada desses três, é sério!

A sinopse diz que uma bebida energética causará efeitos estranhos na turma e Cascão e Magali terão que se unir para resolver o mistério. O nome da história? Sangue fresco. Um tanto macabro, não acham? Tipo, será que vai ter banho de sangue? Pouco provável.

Bem, apesar de não ter gostado muito da presença do conde Drácula na capa (ele teria ficado melhor na segunda capa), até que ajuda a dar um suspense. Quer dizer, ele é responsável pela bebida bizarra ou é alguém que vai ajudar a resolver o mistério? Quais seriam os efeitos estranhos que a bebida vai causar na turma?

Vai fazer com que ajam de forma esquisita? Vão se transformar em vampiros? Eu não sei porque, mas ao ver essa capa lembrei daquela historinha dos gibis “amor dentuço”, onde um vampiro se apaixona pela Mônica e tenta transformá-la em vampira também. O nome dele era Vampolfo e no fim ele a deixou ir embora porque ela não queria ficar com ele se tivesse que virar morcega. Imagino que não deve ter nada a ver, já que o Vampolfo tinha cabelo preto e o conde Drácula da capa tem cabelos brancos. Mas enfim... as vezes imagino como seria legal se o Vampolfo voltasse numa dessas histórias tentando conquistar a Mônica de novo.

Voltando ao assunto, resta saber por que alguém faria um energético para deixar todo mundo doidão. Se o título da história é sangue fresco, essa bebida seria uma forma de sugar, sei lá, o sangue (sangue de jovem deve ser bem fresco) ou a energia vital dos jovens? É meio viajado, mas a bebida pode deixá-los vulneráveis para que algum vampiro os ataque depois. Talvez seja alguma bebida da moda, aí todos vão querer tomar e ficar malucões.

Mas por algum motivo, Cascão e Magali não bebem (ou a bebida não faz efeito, sei lá) e por isso observam como todos ficam estranhos. Como falei antes, pode ser que todos comecem a virar, ou pelo menos agir como vampiros. Vocês sabem: evitando a luz, querendo dormir de dia e ficar acordado a noite, fugindo de alho, crucifixo, água benta... se bem que de água benta o Cascão fugiria de qualquer jeito, né?

Claro que é só uma das possibilidades. Pode ser que a bebida deixe todos fracos, já que suga ou possibilita que alguém sugue o sangue/vida de todo mundo. Ou então é apenas algo que causa dependência em todo mundo com o objetivo de gerar lucro e enriquecer.

Eu tenho certa tendência a interpretar as coisas literalmente, mas existe a possibilidade de o conde Drácula da capa nem ser vampiro de verdade e sim alguém fantasiado, talvez o garoto propaganda do energético ou o dono da marca. Afinal, parece que o lance de vampiro ainda está na moda e fascina muita gente, então usar essa imagem pode atrair bastante consumidores entre os jovens. Se for isso, então os efeitos estranhos da bebida podem não ser propositais e sim um efeito colateral de alguma substância que cause dependência nas pessoas e as faça consumir mais.

É isso que Cascão e Magali terão que descobrir e para isso trabalharão juntos. É agora que todo mundo começa a ficar bem assanhado! Sim, porque não é de hoje que os leitores esperam alguma definição desses dois: vai dar namoro ou chegarão a conclusão de que são só amigos e nada mais? E quanto a Cascuda e o Quim? O que vão pensar ao vê-los tão próximos e trabalhando juntos depois do mal entendido da ed. 67?

Apesar de nunca ter acontecido nada entre eles, vocês lembram que rolou um clima, certo? Mesmo depois de tudo ter acabado bem, imagino que ainda deve ter ficado alguma pulga atrás da orelha do Quim e da Cascuda (especialmente dela!)

Como eles vão lidar com isso enquanto resolvem o mistério? Vai rolar mais algum clima entre eles ou agirão apenas como amigos? Vai rolar ciúmes? Vocês devem ter notado que Cascuda tem andado assim um tanto chata ultimamente. Será que isso vai fazer com que Cascão fique de saco cheio e resolva terminar com ela? Mas e o Quim? Apesar de tudo, ele é bom namorado (apesar do que rolou na ed. da festa na praia) e não tem enchido o saco da Magali com ciúmes e broncas. Mas sabemos que o pai dele não vai com a cara dela e isso pode acabar desencadeando o fim do namoro. Aí eles ficam livres.

Não... é muita coisa para acontecer numa história só e isso faria com que as coisas ficassem muito corridas e espremidas. Por isso acho que não vai acontecer nada demais. Ou, no máximo, será apenas o começo de algo que irá se definir no futuro.

Vocês devem estar perguntando o que eu acho desse casal. Francamente? Eu prefiro a Magali com o rapaz da história Reencarnação, como falei antes. Simpatizei bastante com o garoto na história, que parecia combinar muito bem com ela e os dois tinham uma afinidade muito boa. Eles gostavam das mesmas coisas, se divertiram muito juntos e nesse meio tempo Magali nem pensou em comida.

Então acho que esse seria um excelente namorado para ela. O Cascão é gente boa, não nego. Mas é um tanto avoado e não conseguiria lidar com alguém tão sensível como Magali. Lembram na ed. 67 quando ele marcou um encontro com ela e só chegou uma eternidade depois? Ela não consegue tolerar esse tipo de coisa. Acho que para ele, Cascuda é bem melhor porque tem mais pulso firme e o mantém na linha. Ao mesmo tempo, ela o incentiva, ajuda e tem mais paciência com seus defeitos (incluindo seu fedor).

O problema é que fazer a Magali terminar com o Quim tem duas implicações:

1 – Desfazer mais um casal na turma. Para mim isso não tem problema porque sei que é assim mesmo. Nem sempre namorados de infância ficam juntos a vida inteira. É a vida. Mas muitos leitores podem ficar sentidos.
2 – Se ela for ficar com o garoto de Reencarnação, isso significa adicionar mais um personagem a turma e eles mal conseguem administrar os que já tem. Vai ser mais um para aparecer só de vez em quando e atuar como coadjuvante. Se bem que seria bom eles adicionarem um rapaz para variar. Se a Magali ficar com o Cascão, vai acarretar um clima bem ruim na turma por causa da Cascuda. Esse lance de ficar com ex de amiga costuma ser bem tenso. Muitas garotas acham isso um crime hediondo. Se bem que para mim não tem nada a ver. Acabou, acabou. Cada um segue sua vida.

Bem, vamos esperar para ver, certo? Pelo menos parece que vamos ter bastante saltos do Cascão, pelo que vimos na capa. Quem sabe Magali não se anima a saltar também? Para ser sincera, estou mais interessada em vê-los atuando juntos do que na história por si mesma. Espero que eles nos façam uma boa surpresa. 

Para mais palpites e teorias, confiram o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem:


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

TMJ#88: Somos todos nerds - críticas

21:27 27 Comentários

Oi, gente, como vai? Pois é, hora da crítica!

Como vocês perceberam, a ed. foi feita meio que como uma forma de homenagear e promover a Comic Con. Foi algo do tipo “entendedores entenderão” porque teve referências, muitas referências. Fomos inundados por elas durante toda a história. Acho que citar todas iria render um texto gigante. Se bem que eu não pesquei todas, então tranquilo.

A história é simples. Mais do que eu imaginava. Sei lá, esperava que houvesse algo mais emocionante, mas foi uma coisa assim meio... morna, arrastada até. O pai do Cascão resolve persegui-lo porque não quer ver o jogo sem ele, mas no final acaba entendendo que o filho está crescendo, tendo suas próprias preferências e precisa do seu espaço respeitado. No fim eles acabam se divertindo juntos.

Pelo menos tiraram o DC do hospital e dá para ver que fizeram um trabalho excelente porque ele ficou novinho em folha. E o mesmo sem noção de sempre. Preferiu ficar de molho esperando a van enquanto os outros seguiram para a Comic Con de bicicleta. Simples.

Chegando lá, cada um tem um plano diferente:

A Mônica queria o autografo da sua autora preferida do livro “jogos divergentes” (duas referencias numa só!)
O Cebola quer ir ao lançamento de um jogo (nossa, que novidade, meldels!)
A Magali queria qualquer coisa a ver com Melancia Bonitinha. Acho que era um boneco, sei lá.
E o Cascão tinha vários planos, entre eles participar de um concurso de cosplay.

Mas algumas coisas dão errado aqui e ali, como sempre. eles se separaram, se juntaram, separaram de
novo... Cebola teve que conseguir o autografo para a Mônica, ela conseguiu o jogo para ele ganhando do Toni, Cascão comprou a Revista n. 0 da Melancia Bonitinha para Magali, que por sua vez conseguiu Tauó n. 0 para ele... coisas assim. A história não foi ruim, mas também não foi algo assim memorável. Acho que valeu pelas referencias porque foi legal ir olhando as páginas e identificando várias delas.

A primeira coisa que me chamou a atenção, e deve ter chamado a de vocês também, foi a Mônica com gesso no braço. No início pensei que fosse parte da fantasia, mas parece que ela quebrou o braço mesmo (alguém sabe como? Acho que entrei em coma e perdi essa parte). O Flávio Teixeira disse que foi para referenciar a história Lições, da graphics MSP, onde a Mônica tinha quebrado o braço também. Tranqüilo, achei a referência válida, legal, etc. Mas ainda assim achei esquisito não terem falado como ela quebrou o braço (quer dizer, a Mônica é super forte, como isso foi acontecer?). E mais esquisito ainda vai ser ela aparecer na próxima edição com o braço curado e sem gesso. Espero que ao menos isso eles mantenham coerente. Se bem que já aconteceu de ela cortar o cabelo numa história e aparecer com ele sem o corte na história seguinte.

Uma pequena observação:

Eu sei que eles não podem colocar as histórias totalmente ligadas porque isso pode desencorajar novos leitores, que desistiriam de comprar a revista se pensassem que para entender a ed. atual teriam que ler as anteriores. Essa desculpa até que colou por um tempo. Mas...



Quem lê mangá e outras HQ’s já deve ter notado que as histórias são costuradas e tem uma sequência, certo? E por acaso as editoras se preocupam com isso? Parecem ter medo de que os novos leitores não queiram ler porque não vão entender nada e terão que ler as edições anteriores? Acho que não. Aliás, a essa altura qualquer um que começar ler a TMJ agora vai ficar sem entender muita coisa de qualquer jeito porque muitos eventos atuais são consequência de algo que aconteceu lá atrás, como a Mônica namorando o DC. E nas histórias do Emerson, que começaram lá na ed. 51, os eventos são ainda mais costurados.



O que eu quero dizer é: já existe sim uma certa sequência nas histórias da TMJ. Será que faz sentido eles terem todo esse receio de concatenar tudo só porque acham que os leitores não vão comprar? Se isso fosse verdade, as outras revistas só seriam compradas por quem começou a ler da primeira edição. Nunca teriam novos leitores. Sei lá, essa desculpa não está colando mais. Sorry.

Voltando a história, eu também não sei se gostei da Mônica beijando o Cebola duas vezes. Tudo bem, foi como amigo, um simples beijinho na bochecha não quer dizer nada e não acho que ela tenha feito isso porque ainda o ama e quer voltar para ele. Vamos lembrar que se ela quisesse voltar para o Cebola, já teria feito. Ele correu atrás, ela que não quis.

O problema que eu vejo nisso é que pode despertar a esperança dos fãs que ainda torcem por esse casal. Tá, se eles pretendem reconciliá-los no futuro, então tranquilo. É até bom que criem expectativas, esperanças, que vá preparando o coração de todo mundo. Mas se eles não fizerem isso nunca? É justo criar tanta expectativa para no final não dar em nada? Se bem que na vida real costuma ser assim, né... nem sempre vamos ter o que queremos. Pensando bem... é até bom as crianças irem se acostumando com isso.

Só que tem outro problema: muita gente não consegue levar a sério o namoro da Mônica com o DC. Muitos ainda acham que ela tá com ele por pirraça e no fundo ama o Cebola. Então, ficar colocando esse tipo de cena só vai atrapalhar mais ainda. Se querem mesmo que esse casal dê certo e tenha aceitação dos fãs, precisam parar de criar cenas e climas entre a Mônica e o Cebola, precisam parar de passar a falsa ideia de que ela ainda o ama e quer voltar para ele. É isso.

Outra coisa que achei muito engraçada na história foram o Xaveco e a Denise. Sério, gente, dei muita risada quando a Denise apareceu usando sutiã de conchas e um rabo de peixe enorme acoplado a bermuda. Hilário mesmo foi a Mônica zoando com a cara dela (para variar, já que normalmente é o contrário). Pelo menos ela e o Xaveco saíram saltitando de mãozinhas dadas e felizes da vida, o que dá alguma esperança aos fãs de que eles acabem ficando juntos no final.

Também achei muito fofo ver a Mônica e o Cebola se esforçando para conseguir o que o outro queria. Claro que isso é amizade, mas outros podem interpretar de outra forma. Enfim... foi legal ver a Mônica jogando bem e vencendo o idiota do Toni. Claro que isso não faz exatamente parte do perfil dela, que nunca gostou de jogos. Mas pode ser que ela tenha mudado isso depois que conheceu Diana (a namorada virtual do Cebola) e com isso tenha aprendido a gostar e a jogar mais.

Também teve maior proximidade com Magali e Cascão e creio que isso foi preparação para a edição do mês que vem. No fim, depois de muita confusão, tudo deu certo, eles se divertiram, deram risadas, até o pai do Cascão entrou na brincadeira e eles foram felizes para casa. E, claro, o DC fez jus a sua fama de contrariado ao chegar por último na Comic Con e achar as portas fechadas. Vai entender a criatura...

Como falei antes, a história foi boa. Mas não excepcional. Acho que foi mais para homenagear a Comic Con e levar um pouco dessa experiência para os leitores. E também para exaltar mais o mundo nerd, tentando passar a ideia de inclusão e tolerância com as diferenças ao dizer que todos eram nerds. Eu sempre tive vontade de ir a Comic Con, qualquer ano desses eu me animo. Deve ser legal. 

Essa foi a crítica do mês. Agora vamos esperar a próxima edição que será centrada na Magali e no Cascão. Até lá!

Antes que eu me esqueça, aqui tem um glossário das várias referências que teve na história:

Para mais críticas, confiram o vídeo do Canal Opinião Turma da Mônica Jovem:



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Sugestão de leitura - Desventuras em Série

21:54 3 Comentários



Sim, sim... eu sei que o objetivo desse blog é falar sobre a TMJ. Poréeemmmm

1 – TMJ e CBM só saem uma vez por mês. Durante o resto do tempo não há muito o que falar.
2 – Não sou como os outros fãs que sempre acompanham as novidades de perto. Basicamente, me concentro mais em falar sobre as histórias que leio todo mês.
3 – Eu leio muito. Gosto de ler. De repente, assim do nada, pensei: por que não falar dos livros que eu leio? Parece interessante, não?

Então vou fazer uma crítica dos livros que mais me chamaram a atenção, mas vou tentar fazer isso com o mínimo de spoilers e sem revelar o final. Ainda assim, estejam atentos porque alguma coisa vai sempre acabar vazando.

Agora falta escolher o primeiro livro de que gostaria de falar. Só um me vem a cabeça. Na verdade, treze. Como é? Sim. Treze livros: desventuras em série. Imagino que vocês tenham ao menos ouvido falar desse título, talvez assistido o filme.

A história, para quem não conhece, é a seguinte:

Três irmãos, os órfãos Baudelaire, perdem os pais num incêndio. A partir daí a vida deles vira do avesso e de cabeça para baixo numa série de desventuras, um azar após o outro. Essas três crianças são muito inteligentes e cada um tem um talento especial.

A mais velha se chama Violet, tem quatorze anos e é inventora. Ela é especialista em dispositivos, engenhocas, é capaz de criar várias coisas com poucos recursos disponíveis. Basicamente um MacGyver de vestido e fitinha nos cabelos.

O irmão do meio, Klaus, tem doze anos é um grande leitor. Não só um grande leitor como também pesquisador. Tem um vocabulário imenso, parece saber o significado da maioria das palavras e é capaz de pesquisar em vários e vários livros sem ficar maluco ou confuso. Sem falar que tem uma memória excelente.

A mais nova se chama Sunny, tem três anos e por enquanto adora morder objetos. Ela se comunica com sons de bebê que só seus irmãos entendem. Mas não a subestimem, ao longo da série seu talento de morder ajudou várias vezes.

Bom, o objetivo aqui é fazer uma crítica do livro, não uma sinopse. Quem quiser saber mais sobre o enredo do livro, pode olhar aqui: (Desventuras em Série)
Sabe, inicialmente a história parece meio inocente. Órfãos herdeiros de uma imensa fortuna são constantemente perseguidos por um parente ganancioso (Conde Olaf) que quer botar a mão na grana deles. Conde Olaf sempre aparece com disfarces ridículos que qualquer um com meio neurônio na cabeça seria capaz de perceber. Mas parece que tirando as crianças, grande maioria dos personagens desse livro não tem nem meio neurônio.

E é isso que torna a história tão interessante: ela é absurda. Livro após livro, as crianças enfrentam situações absurdas, surreais, ridículas e muitas vezes injustas. Ninguém os escuta, ninguém os leva a sério porque são crianças.

Sempre que tentam contar aos adultos que Conde Olaf estava atrás deles com um disfarce ridículo, ninguém acreditava. Só percebiam quando era tarde demais e o vilão acabava fugindo.

E como as histórias são sempre absurdas e muitas vezes exageradas, as crianças sempre eram colocadas em situações surreais, coisas que a gente nunca imaginaria ver uma criança fazendo. E os adultos ao redor pareciam achar tudo normal.

Outro detalhe interessante no livro é o grau de alienação, burrice e falta de noção das pessoas. Pelo visto, só as crianças pensavam realmente. O resto se deixava levar pelas leis, regras, senso comum e especialmente pela mídia. Tipo, se algo aparecia no jornal, as pessoas automaticamente tomavam como verdade absoluta e nunca questionavam.

De livro em livro, as crianças são levadas de um lugar para outro na esperança de encontrarem um bom tutor, mas um acaba sendo pior que o outro, com exceção do tutor do segundo livro que era muito gente boa e realmente se importava com as crianças. Mas... não vou falar. Isso seria spoiler.

No início eu pensei que as histórias eram repetitivas e iam sempre seguir o mesmo padrão. Mas a partir do sétimo livro elas começam a tomar outro rumo e é aí que ficam mais legais e prendem nossa atenção.

O Conte Olaf é algo que merece ser falado. Ele parece um vilão cômico no início, mas com o tempo vemos que é um homem sinistro, um tanto violento e muito perigoso. Ele não está aí para brincadeiras e é capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer. Sua especialidade para infernizar a vida das crianças é fora do comum e ele as persegue com uma tenacidade impressionante. Não importa para onde elas vão, ele sempre as acaba encontrando.

Uma coisa que o livro ressalta bastante são seus olhos muito brilhantes que sempre se destacam não importando qual seja o disfarce. Ele sempre aparece como uma pedra no sapato, um flagelo pronto para tornar a vida das crianças ainda mais miserável do que já é, sempre estragando tudo.

Falando em estragar tudo, o título “desventuras em série” não é apenas um título. É basicamente o estilo de vida dos órfãos. É um azar após o outro. Para cada coisa que dá certo para eles, pelo menos cinco dão errado. Quando tudo parece bem encaminhado, algo desanda e eles continuam com o mesmo azar de sempre. Em cada livro, a única vitória deles é escapar do Conde Olaf e continuarem vivos. Fora isso, é uma zica atrás da outra. Se forem ler esses livros, tenham em mente que verão a Lei de Murphy em funcionamento na mais pura essência.

E como se essa sequência de azares não fosse suficiente, ainda temos o mistério sobre a morte dos pais deles, uma misteriosa organização cuja sigla é CSC que ao longo dos livros tem vários significados. Muitas informações, mistérios, pistas e charadas.  Tudo vai se emaranhando aos poucos. Para cada pergunta respondida, outras dez ficarão sem resposta. Preparem-se para ver muitos, mas muitos fios soltos nessa história.

A forma de narrativa é boa, uma espécie de mistura de primeira com terceira pessoa. Existe um narrador onipresente que conhece toda a história e narra tudo, mas ele também fala de si mesmo e da própria vida. Aliás, o narrador costuma ser bastante cínico em várias partes, um tanto prolixo em outras e repetitivo também. sempre que aparece uma nova palavra, supostamente desconhecida, ele diz algo assim: “uma palavra que aqui significa…”

Seu humor é sombrio e ele fala constantemente que a história será triste, miserável, um mar de lágrimas e sempre nos aconselha a deixar o livro de lado e procurar algo mais alegre. Legal, não nego, mas as vezes meio irritante por causa da freqüência. Mas talvez seja isso que dá um tempero a mais ao livro. Ele conta a história acrescentando fatos aqui e ali que aparentemente esclarecem o mistério, mas no fim levanta mais perguntas.

O clima da história é um tanto sombrio também, se passando num mundo que pareceu bastante distópico para mim. Eu jamais iria querer viver nesse tipo de lugar que me pareceu tão sem esperança, não sei. As pessoas são muito alienadas, a justiça praticamente é uma piada e constantemente temos a impressão de que não existe para onde correr. Os órfãos estão sozinhos para resolverem seus problemas porque as pessoas que teoricamente deveriam ajudá-los sempre falhavam, decepcionavam ou viravam as costas. 

A essa altura, vocês devem estar se perguntando por que eu gostei tanto desses livros. Bem... a história é interessante, desperta a curiosidade e apesar do que o narrador dizia, eu continuava a ler na esperança de que lá no finalzinho eles pudessem ter um final feliz ou algo que se parecesse com isso.

Eu gostei da personalidade das crianças, que de bobas não tinham nada. Eram apenas crianças, não nego, mas muito inteligentes. Gostei especialmente de terem colocado uma garota no papel de inventora. Geralmente colocam meninos para esse tipo de coisa. Violet é inteligente, consegue desvendar dispositivos complicados, pode montar engenhocas com o que tem disponível e sempre tem boas idéias para ajudar a ela e aos irmãos.

Klaus é meio nerd, mas não parece um nerd. É um bom garoto, não mostra arrogância e é muito fiel e preocupado com as irmãs. Sunny é um bebê fofo, muito inteligente e apesar de tão nova, procura ser independente para não dar trabalho aos irmãos e ao longo da série vai crescendo, se tornando mais forte e aprendendo novos talentos.

E não é só ela que cresce como também as outras crianças, que vão aos poucos adquirindo mais e mais independência quando percebem que ninguém vai cuidar delas. Eles são muito unidos, cuidam uns dos outros e não me lembro de nenhuma briga ou discussão entre eles. Afinal, eles só tem uns aos outros e é essa união tão forte que os fez vencer todos os desafios. Tudo podia desmoronar e dar errado, mas eles sempre permaneciam juntos a todo custo.

Claro que ao longo das histórias eles precisavam se virar de todo jeito para sobreviverem e muitas vezes acabavam questionando a si mesmos porque ficam confusos sobre conceitos de certo e errado. Os adultos ao redor são confusos, contraditórios e não oferecem nenhum tipo de apoio. Logo, é normal que eles também percam um pouco o rumo e muitas vezes se perguntem se não estão se tornando vilões.

Para quem está lendo é fácil dizer que eles agiram de determinadas maneiras por causa do desespero, sobrevivência e porque não tinham escolhas. Eles sempre eram colocados em situações surreais e quase não tinham ajuda. Especialmente no penúltimo livro, onde ao invés de levar as crianças a um lugar seguro e protegê-las, os adultos dão a elas uma tarefa absurda onde tinham que lidar com as situações e fazer julgamentos sozinhas, sem nenhum tipo de ajuda ou orientação.


É fácil se perder em um mundo tão confuso e de certa forma, eles se sentiram meio perdidos. Por fim, resolveram chutar o balde já que tinham o mundo inteiro contra eles, ninguém ouvia, todos só acusavam e não havia mais nada a se fazer. Só lendo a história para entender do que eu falo.

Embora pareça uma história inofensiva para crianças, ela não é. Pode ser lida por crianças, claro, mas por adultos também. Não é algo que a gente lê passivamente. Temos que raciocinar um pouco, ir ligando os pontos e entender os enigmas. E mesmo assim... ops, sem spoiler!

Mas uma coisa é certa: o autor criou um mundo que mostra bem os defeitos do nosso, ainda que ampliados e bem evidentes. A alienação, pessoas que acreditam em algo só porque saiu nos jornais, o gosto por violência e sangue, o apego estrito as leis sem importar com as particularidades da situação, crianças vivendo em situação miserável sem que quase ninguém se importe e um vilão que ninguém conseguia deter. Praticamente o mundo real.

Minha conclusão é que os livros valem a pena. Sim, eu sei que são treze livros e isso pode assustar um bocado. Mas são todos pequenos a meu ver. Acho que dá para acabar com todos em um mês. Vale a pena.

Também tem o filme, que aborda os três primeiros livros e até já falaram em uma série que seria produzida pela NetFlix, mas que ainda não saiu do trailer. O filme ficou legal, acho que Jim Carrey deu um excelente Conde Olaf apesar de ter roubado um pouco a cena e saído mais cômico do que deveria. Alguns eventos foram trocados de lugar para adaptar ao filme e infelizmente o tempo não foi suficiente para colocar tudo o que tinha nos três livros. Sem falar que o Violet saiu um tanto inexpressiva sendo que no livro ela é uma personagem mais forte, inteligente e atuante.

No primeiro livro, foi ela mesma quem se salvou de uma situação horrível agindo com inteligência e pensando rápido, mas no filme ela acabou sendo salva por Klaus e eu não gostei dessa mudança.

Eu prefiro o livro e sei que vocês vão gostar também. Especialmente porque a história é bem incerta, não dá certeza de um final feliz. A gente tem que ler cruzando os dedos para que ele aconteça.

Aqui tem o suposto teaser para a série baseada no livro, mas dizem que foi apenas um fandom (trabalho feito por fã). Vou ficar na torcida para que a série realmente saia um dia.