quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

TMJ#77: Academia de Ninjas - Palpites

20:44 63 Comentários



Ontem saiu a capa da ed. 77 e dessa vez parece que a história será centrada no DC. Uns gostaram, outros estão odiando e a vida segue.

Para começar, a capa saiu bem diferente do usual. Soube que o Zazo saiu da MSP (magoei, mimimi...). Daí o estilo diferente no traço e no desenho dos personagens. Acho que não existe assim uma padronização, sei lá.

A coloração também ficou diferente, como se fosse algo desenhado a lápis. Acho que quiseram dar um pouco o efeito daqueles pergaminhos antigos japoneses, se bem que eu já vi capas de alguns mangás com um estilo semelhante a esse. Acho que tentaram fazer algo mais ou menos parecido.

Bem, até que ficou bonito e diferente. Gostei das cores e dos traços dos personagens, que ficaram bonitos. O problema é que os cabelos da Mônica ficaram muito claros. Mesmo nas partes não iluminadas, dá para ver que o castanho é mais claro que o normal. Os cabelos do Cebola também.

Agora as roupas. Reparei que Cebola e DC vestem roupas semelhantes, com algumas variações. São uniformes de ninjutsu mais incrementados e bacanas. Ficou bom nos dois e pode ser que essa semelhança nos uniformes signifique que eles irão competir de alguma forma.

A roupa do Cascão logo de cara já vi que parece uma fantasia de tartaruga ninja. Assisti muito esse desenho na infância. A da Mônica lembrou um pouquinho só da Chun-Li de Street Fighter por causa da gola, ainda que aberta, e do detalhe na frente. Mas a semelhança é bem vaga mesmo. A gravatinha do Sansão ficou um charme e deram uma carinha mais mangá para ele.

Já roupa da Magali meio que me decepcionou um pouco. Para mim parece apenas uma garota de legging, top, meias e chinelos segurando dois leques. Essa roupa me parece mais adequada para academia ou caminhadas ao ar livre do que para uma academia de ninjas. Os leques me fizeram lembrar a Kitana, do Mortal Kombat. Mas só os leques.

E esse fundo branco? Meldels, custava colocar ao menos uma corzinha suave? Talvez algo como aquele sol japonês, porém mais suave e discreto. Pode parecer estranho, mas para mim esse fundo branco meio que ofusca o desenho dos quatro.  De qualquer forma, gostei da mudança de estilo.

Quanto a história, a primeira vista não me parece nada assim complicado. Quem leu a ed. 42 sabe que o DC pratica uma arte marcial chamada ninjutsu, que surgiu no Japão medieval quando se usavam espiões (ou ninjas). Os ninjas trabalhavam como mercenários e o governo japonês chegou a usá-los como espiões até a segunda guerra mundial. O ninjutsu é tipo um conjunto de técnicas que capacitavam os agentes a agir em todas as situações num campo de batalha.

Até que não deixa de ser legal uma história que explora e detalha esse lado do DC. Se não me engano, a mãe tem um nome japonês, só não lembro qual agora. Acho que é Keiko, mas cada lugar fala uma coisa. Talvez seja por isso que ele demonstre algum interesse por uma luta japonesa.

Então, basicamente, a turma vai entrar nessa academia de ninjas, tentar aprender a lutar e talvez haja algumas confusões devido as dificuldades de cada um. Não se aprende artes marciais da noite para o dia. Uma coisa que os leitores devem estar curiosos para saber é se vai rolar briga e rivalidade entre DC e Cebola por causa da Mônica. Se não me engano, é a primeira vez que os dois voltam a interagir depois da ed. 68 e acho que os fãs meio que estão esperando pelo “confronto”.

Se não me falha a memória, a Mônica nem está falando mais com o Cebola, então como vão resolver isso? Os dois vão continuar sem se falar? Vai ser bem esquisito. Talvez essa edição, em parte, seja para reiniciar uma aproximação entre Mônica e Cebola, para que pelo menos eles voltem a dar bom dia um para o outro. Sim, porque se eles continuarem desse jeito, vai ficar difícil fazer aventuras com os quatro e eu adoro ver aventuras centradas neles, tipo turma da Mônica clássica. Sem isso, a revista meio que perde o sentido de ser.

A sinopse também fala de um inimigo misterioso do qual eu nem faço idéia. Na ed. 76 mostraram um sujeito com aparência de robô, mas pode ser apenas uma roupa high-tech. O que ele quer e o que pretende fazer ainda é um mistério. Pode ser o básico, tipo dominar o mundo e escravizar as pessoas (coisas que todo vilão quer). Ou ele pode querer um objeto místico, talvez destruir a escola onde eles freqüentam...

Então, é claro que a turma vai ter que dar um jeito no cidadão aí, né? Para isso, terão que trabalhar juntos. E para trabalharem juntos, Mônica e Cebola terão que se comunicar. Mais do que isso, DC e Cebola também terão que deixar as picuinhas de lado e trabalhar juntos.

Ninguém toma uma pessoa de ninguém. A Mônica ficou com o DC porque quis, então o Cebola não pode odiá-lo nem vê-lo como inimigo. Pelo mesmo motivo, não faz sentido eles brigarem por causa dela, porque ela não é um objeto ou um prêmio a ser disputado. É uma pessoa com vontade própria e no fim das contas é ela quem escolhe com quem quer ficar.

Se formos pelo caminho convencional, pode ser que esse vilão seja mesmo um vilão, que no final será derrotado e preso (se bem que alguns costumam fugir). Agora, caso resolvam nos surpreender, pode acontecer de esse vilão ser alguém da turma tentando fazer com que eles reaprendam a trabalhar juntos apesar das diferenças. Talvez seja hora de Cebola aceitar que Mônica está com DC agora. Claro que isso não significa desistir, mas ele ainda precisa concluir o estágio da aceitação, de entender que agora ela está com outra pessoa e decidir o que fazer quanto a isso.

Eu falei, no passado, que o Cebola podia ao menos tentar lutar pela Mônica porque ele nunca tinha feito isso antes. Mas ele precisa ter em mente o que, exatamente, vai querer com ela. Afinal, ela está com outra pessoa agora e parece estar feliz. Então ele tem que entender que para convencê-la a terminar esse namoro (ou sei lá o que é isso), terá que oferecer alguma coisa mais sólida e concreta. Não dá para querer que ela termine o DC para voltar ao que era antes, eternamente esperando que ele tome uma atitude. Aí ela fica sem mel nem cabaça.

Claro que é só um palpite, certo? É que na ed. 42 tinha Predador Supremo 2602 que no fim das contas era o Quim. Até hoje acho que ninguém entendeu por que ele fez isso. uns dizem que ele agiu assim para ver se ajudava Cebola Cebola a superar seu medo da Mônica e dar mais um passo para se entender com ela. Mas certeza mesmo ninguém tem. De repente ele pode estar por detrás desse novo vilão. Muita gente acreditou que esse vilão era um robô. Caso seja mesmo, de repente pode estar sendo controlado pelo Quim. Isso, claro, se o interesse dele era mesmo aproximar e unir a turma. Caso contrário, essa teoria nem faz sentido algum. 

Bem, eles terão que trabalhar juntos para derrotar o vilão, mas não sabemos se depois disso a Mônica e o Cebola vão continuar se falando ou se o silêncio voltará novamente. Ainda assim estou curiosa para ler a história e acho que depois de tanto suspense e tensão com Umbra, seria bom uma história mais leve para relaxar e divertir. É bom que tenha variedade, temas diferentes a cada mês. Antes eu reclamava porque tinha muitas histórias do quotidiano e estava ficando enjoativo. Mas se alternarem os temas fica bom.

Eu não mudei o layout do meu blog para a ed. desse mês porque é natal, então o feriado prevalece. E também porque estou com preguiça de mudar de novo (huehuehue!). Agora falta a crítica do Chico ed. 16, que foi uma história bem legal. Vamos ver se publico amanhã ou depois.

Aqui também tem palpites sobre essa edição, se quiserem ouvir outras idéias. Vamos ver se alguém acerta.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Comentários sobre a saga de Umbra - Segunda Parte

17:37 35 Comentários
Esse post está dividido em duas partes porque ficou longo demais. A primeira parte está aqui: Comentários sobre a saga de Umbra - Primeira Parte


Outra roubada aqui é: se aquele violinista prevê o futuro, então como é que não previu que fantasminha malvada ia pedir ajuda ao Cebola e este, levando a chave na mão, iria direto para o portal?

O violinista prevê o futuro, mas a ênfase é na morte das pessoas. E quem garante que ele já não tinha visto o futuro? No fim da história, Cascão apontou a possibilidade de ele já ter visto tudo e usado a turma para derrotar Berenice e libertá-los.

Fazendo parênteses: desde quando alguém ficou famoso por filmar fantasmas? Se ficou famoso, certamente não foi com o tipo de fama que o Cebola desejaria ter...

Na vida real, pessoas podem perder a credibilidade ao filmar fantasmas, mas lembre-se de que estamos numa história fictícia, então nem tudo vai correr como na vida real. No mundo dos quadrinhos, uma pessoa pode sim ficar famosa por filmar fantasmas. Aliás, na vida real também há investigadores paranormais e até programas sobre o assunto. E mesmo que no mundo da TMJ uma pessoa pudesse ser desacreditada ao mostrar fotos e filmagens de fantasmas, como um moleque de 15/16 anos ia saber de toda essa história?

Sem falar que todo esse ceticismo aconteceu num tempo em que o espiritismo ainda não era muito conhecido, assim como investigações de assuntos paranormais. Nesse tempo, tal assunto ainda era novidade e tudo o que é novo sempre esbarra no ceticismo e na resistência das pessoas. Mas é bom lembrar que ele só queria ficar famoso com filmagens de fantasmas, não mudar a ciência e a religião. Seu documentário era investigativo, não científico.

Já que ele é tão sagaz para fazer associações em segundos, como o caso lá da chave, por que não perguntou:

_ Mas que idade tinha Berenice quando foi mãe? O caso aqui foi há 20 anos e agora parece uma nonagenária! Ela teve a filha aos 70 e pouco?

Que importância isso teria para a história NAQUELE momento?

Aí quando foi advertido de que era muito perigoso tirar o crânio de dentro da Umbra, juntando dois mais dois: era só uma questão de dar tempo ao tempo: Berenice morreria e o sem o crânio, assunto resolvido.

Acontece que para libertar os filhos de Umbra, seria preciso fazer a menina do lago passar pela porta. Só que com a morte da mãe, é claro que ela ia ficar com medo e jamais iria querer chegar perto da porta. 

E precisaria do crânio verdadeiro? Inteiro? Por que ele não perguntou o que aconteceria se levasse só os galhos?

Se levassem um crânio falso, a menina poderia ter percebido. E é lógico concluir que ela ia precisar do crânio inteiro, do jeito que estava no dia em que ela tentou assustar as sete crianças. Não fazia sentido nenhum levar só os galhos. Se destruir o crânio resolvesse alguma coisa, os filhos de Umbra já teriam feito isso há vinte anos atrás.

Incrível como num ambiente com variáveis tão desconhecidas, o Cebola bola um plano infalível sem se informar de nada, sem fazer reconhecimento do terreno, sem saber onde estava o inimigo e o que ele fazia...

Dessa vez, o Cebola foi pego por sua arrogância, porque subestimou os inimigos e não pensou em quaisquer imprevistos que poderiam estragar o plano. A Dona Morte o alertou de sua arrogância quando ele falou que seu plano era infalível. Nessa hora, ele ainda não tinha caído na real. E na boa... Como ele ia saber que a Berenice deu veneno para seus amigos, os enterrou no cemitério e usou seus espíritos como servos? O plano poderia mesmo ter funcionado se não fosse esse revés.

O Cebola é muito pior morto do que vivo... O Xavecão deveria saber disso antes de esmurrá-lo (TMJ 76, pág. 36). Já pensou se ele bate a cabeça numa pedra e morre?

O soco que ele levou do Xavecão foi bem merecido. Mas duvido que tenha sido suficiente para matá-lo. E mesmo que fosse, toda a titica já foi feita. A menina do lago pegou o crânio e o ritual ia ser completado. Então que diferença faria se ele morresse naquela hora? Se o mundo já estava à beira de ser condenado, o que mais poderia acontecer?

Aí fica revelado que a ideia de fazer o documentário sobre a lenda da jumenta voadora foi um plano diabólico do Cebola. E o Xavecão o acusa de SABER dos perigos, mas não avisar ninguém. Mas como ele ia saber que era perigoso? Os boatos na internet sobre os filhos da Umbra advertiam quanto a isso? Se havia mesmo perigo, será que ele não avisaria aos amigos?

O Cebola sabia dos filhos de Umbra pela internet e fingiu não saber de nada para fazer o documentário e ficar famoso, mas não imaginava que tudo poderia ser tãaao perigoso assim. Não havia como ele saber que tinha uma entidade maligna querendo destruir o mundo. Em lugar nenhum falaram disso. Ele pensou que fossem somente fantasmas, que talvez houvesse algum perigo mas nada tão grave assim a ponto de condenar toda a humanidade.

Às vezes tomamos decisões sem saber do alcance que ela pode tomar em nossas vidas. Se ele soubesse realmente que tudo isso ia acontecer, tenho certeza de que não teria feito nada. Ele só fez porque apesar dos boatos sobre os fantasmas, não imaginou realmente que isso ia colocar seus amigos e o resto da humanidade em perigo. Ele foi olho grande, arrogante e ganancioso, mas em momento algum agiu de má fé sabendo que ia prejudicar as pessoas.

O que foi feito daquela resolução que ele tomou de que não iria mais errar, nem ia mais apelar para planos ou golpes baixos (TMJ 71, pág, 123)?

Isso era sobre como lidar com a Mônica e reconquistá-la, não com trabalhos de escola. E ninguém muda de um dia para outro. São alguns passo para frente, outros para trás, recaídas, mais aprendizado, talvez outras recaídas... isso acontece.

O problema com essa aí de o Cebola saber dos boatos, etc e tal, é que não havia qualquer razão plausível para que ele escondesse o motivo de ir até lá para fazer o documentário. É possível até que o pessoal achasse uma boa, já que havia a versão oficial e a oficiosa e uns misteriosos filhos da Umbra...

Mas o resto da turma tinha o direito de saber onde estava se metendo e escolher se queriam ou não participar desse trabalho. Se eles ainda aceitassem correr o risco, seria por decisão deles. Além do mais, ele sabia que a Mônica tinha certo medo de fantasmas e o Cascão costuma ser medroso. Havia chances de ninguém querer correr esse risco só pra ele ficar famoso.

Os espíritos da turma voltam aos seus corpos, e eles despertam. Bem, considerando que um metro cúbico de terra pesa duas toneladas e meia... A Mônica talvez tivesse força o bastante para tirar a terra de cima dela. A Magali poderia usar sua magia para se teleportar (dá até impressão que usou...), mas e o Cascão? Onde ele arrumou força para sair? Eles foram enterrados sem caixão e aí o Cascão não teria como se mover, nem respirar, nada... Vacilo.

Não tem vacilo nenhum aí. No fim da ed. 75, quando Berenice enterrou os corpos, as covas não pareciam muito profundas. Só o suficiente para manter um corpo enterrado lá dentro. A terra não deve ter sido socada e pisada e com a água da chuva que caía, deve ter amolecido bastante. Então dava sim para eles terem saído sem grandes problemas.

Na TMJ 76 pág. 91 e 92 vemos que há algo errado nessa tão enfática afirmação de que o Cebola é tão, mas tão, mas tão egoísta mesmo: ele aceita arriscar sua vida para derrotar a jumenta. Que ultra egoísta faria isso?

O Cebola aceitou arriscar sua vida para derrotar a jumenta porque após ter sido confrontado com seus erros e defeitos, é claro que ele se arrependeu do que fez e queria consertar. Como falei antes, ele pode ser muitas coisas, mas não é uma pessoa realmente má ou perversa. E já mostrou em edições passadas que é capaz de reconhecer seus erros e aprender com eles. Tudo isso aconteceu DEPOIS de ele tomar consciência dos seus erros e conseqüências.

No fim a jumenta vê aquela ilusão da filha sendo levada, mas onde aparece que a fantasma real foi levada para a Umbra? O certo teria sido mostrar alguns dos filhos da Umbra a levando para lá. Muito que bem, a Bailarina fez a Berenice acreditar que via sua filha sendo levada, mas aí nem precisaria do meteoro do Absinto: era só manter a ilusão até que a Berenice atravessasse o portal...

Antes da Berenice ser atraída para a porta de Umbra, ela foi atingida por aquele raio disparado pelas sete crianças mais o Cebola. Isso a enfraqueceu bastante e pode ter feito com que ela não conseguisse sentir a presença da sua filha. Ou então aquela luz separou as duas, fazendo com que a menina fosse mandada para dentro da porta primeiro. Isso não ficou lá muito claro e para ser sincera, nem importa muito.

Uma vez que a Berenice atravessasse o portal, ele tinha que ser fechado rapidamente ou ela poderia voltar para trás. Se a Bailarina mantivesse a ilusão levando-a lá para dentro, poderia correr o risco de ficar presa lá também. E tem o seguinte, o objetivo era usar todos os filhos de Umbra, cada um desempenhando um papel diferente nessa luta. Então o Absinto tinha que fazer alguma coisa e para falar a verdade, ficou muito mais legal ele jogar o meteoro na Berenice do que ela simplesmente ter atravessado a porta atrás da ilusão da Bailarina.

Jogar a Sofia sobre o portal é meio esquisito. Já que o Xavecão veio do futuro e sabia de tudo, o melhor seria ter uma dinamite à disposição... Tudo bem, o que aconteceu dá um toque de humor.

Para querer dinamitar a porta, o Xavecão teria que saber da existência dela, só que no caso dele algumas lacunas não foram preenchidas, pois não é explicado como é o futuro de onde ele veio, quais eventos aconteceram e os conhecimentos que ele tinha a respeito. Em edições futuras isso pode ser esclarecido, pois a grande saga não acabou. Sem falar que jogar a Sofia em cima da porta foi muito mais legal do que usar dinamite. Era preciso que cada personagem ali tivesse uma finalidade.

Bom, eu daria um toque de pieguice lá com o Cebola e a dona Morte.

Pois eu não. A parte do Cebola com a Dona Morte foi ótima, não vi nada que precisasse ser melhorado. Acrescentar cenas e diálogos só ia fazer a história ficar maior ainda e também enfadonha e pesada com tantas explicações e blábláblá. O Emerson falou que quase precisou subir as escadas da Panini de joelhos com uma vela na mão para que eles aprovassem essa saga. Se fosse colocar mais coisas, então a história ia precisar de quatro edições. Sem chances de a Panini aprovar algo assim.

E o final foi outra piada sem graça: o Cebola morre, a Mônica se debulha em lágrimas, assim como os outros, aí ele ressuscita, começa o agarramento, mas é só a Denise falar que foi ele quem tirou o crânio da Umbra, que já sabia dos fantasmas e por causa disso deu aquela zoada toda...

Não vi nenhuma piada aí. Era necessário ter um pouco de drama na história e mostrar um Cebola realmente arrependido de suas pisadas na bola. Piada seria ela vê-lo morto e não esboçar reação nenhuma.

Como foi falado antes, o Emerson precisou adaptar o final para que a Mônica parasse de falar com o Cebola e assim não prejudicar as próximas edições. Já foi muito bem explicado por que ele precisou fazer isso. Até criança de dez anos conseguiu entender.

E era para ter zoada mesmo. As histórias do Emerson tem essa característica de misturar momentos de tensão, terror e drama com outros de comédia e zoação. Isso acontece ao longo das três edições. Então era para ser assim mesmo. A Turma chorando pelo Cebola num momento e tentando matá-lo novamente em outro.

E quanto ao Xavecão... Tudo bem que a Creuzodete estava de bode, mas se ele queria saber para onde foi a sua Denise adulta, poderia perguntar para ela.

E será que ela teria sido capaz de encontrar a Denise? Mesmo que fosse, qual seria a utilidade disso para a trama?

Se as crianças queriam que a gente saísse da casa que deixassem um bilhete na geladeira escrito: A Berê é zica. Vaza! _ Mas por que iriam acreditar neste bilhete? Ao menos nessa ele se mostra sem noção mesmo...

Isso deveria ser levado ao pé da letra? Falando assim, ele queria dizer que os filhos de Umbra deveriam ter avisado a turma numa boa, sem armar todo aquele show pirotécnico na casa. Logo, ele não foi sem noção coisa nenhuma. Foi até muito esperto por ter pensado em coisas que ninguém pensou.

Aí lembra do violinista que prevê o futuro e deduz que as crianças teriam usado o pessoal o tempo todo, pois sabiam que só assim venceriam a jumenta voadora. E que seriam gente boa havia 20 anos, mas todo esse tempo de purgatório... Os se e mais se são acompanhados de quadrinhos que dão a pinta de que todo o povo de Sococó das emas virou filho da Umbra. E o Xavecão, o Xaveco do futuro que sabia de toda a história, não ficou sabendo disso?

Não sabemos como é o futuro de onde o Xaveco veio. No futuro dele, a Berenice pode ter vencido e dominado o mundo. Então, para mudar isso, ele voltou ao passado para ajudar a turma. Mas como dessa vez ela foi vencida e mandada para Umbra, então o passado mudou, assim como os eventos.

A verdade é que eu acho que a Panini está perdendo tempo com esse lance de Mônica e Cebola separados. Os dois são o carro-chefe da TMJ e renderiam muito mais juntos do que com essa fusquinha toda.

Para mim essa história foi ótima e o Emerson tomou o cuidado de não deixar fios soltos. Não vi nenhuma incoerência, ele não tinha que transformar isso em drama de Mônica e Cebola. Nem tudo na TMJ tem que girar ao redor deles. Existem outros personagens, outros temas que podem ser trabalhados. Além do mais, até os fãs mais novos já sabem que eles vão ficar juntos um dia e que o namoro da Mônica com o DC é mais para criar suspense e vender revistas.

Sem falar que todo mundo já estava de saco cheio do chove-e-não-molha do Cebola, mas eles não queriam juntá-los agora. Então, mantê-los separados é que vai fazer vender revistas, pois os fãs vão esperar todos os meses para que eles voltem novamente. 



Enquanto eu lia esses comentários, fui lembrando de quando era criança e assistia o desenho do papa léguas me perguntando por que, ao invés de quase se matar tentando pegar um passarinho magricela, o coiote não comparava comida ou ia para um lugar melhor. Se ele podia comparar todas aquelas engenhocas, então podia comparar muita comida e assim não precisar caçar.

Eu também assistia o desenho dos Thundercats e me perguntava por que o Mun-ha não colocava bombas na toca dos gatos e assim poderia explodir os inimigos de uma vez, já que ele queria tanto se livrar deles. (nota: eu quase sempre torcia para os vilões)

Ao assistir seriados como Changeman, Flashman e outros similares do Japão, muitas vezes ficava irritada porque os vilões insistiam em atacar sempre do mesmo jeito apesar dos fracassos anteriores. Por que não tentavam outra estratégia, tipo descobrir onde os heróis viviam e assim atacá-los quando menos esperavam? Pois é. Com outros desenhos era basicamente a mesma coisa.

Mas sabe... com o tempo eu entendi que se o coiote tivesse encontrado outra solução para conseguir comida, o desenho teria acabado porque a trama centrava nas tentativas malucas dele de pegar o papa-léguas. O mesmo acontece com outras séries e desenhos. É preciso que haja história. Por isso, nem sempre a solução lógica é a melhor. Se tudo for solucionado, então a história acaba. O mesmo vale para Umbra. Claro que tudo vai depender do tipo de história e para qual público ela é destinada.

É bom lembrar que não é objetivo da TMJ ser um best seller ou uma megaprodução. Então não podemos exigir roteiros super elaborados, com soluções sempre lógicas e perfeitas. Se até grandes produções de Hollywood podem ter erros, não faz sentido nenhum esperar que uma história em quadrinhos seja totalmente perfeita.

Com o tempo eu fui suavizando minhas críticas exatamente por causa disso. Não faz sentido exigir perfeição, que tudo esteja certinho, nos lugares que com 100% coerência porque no mundo dos filmes, desenhos, séries e seriados isso não existe. Outra coisa que também precisa ser lembrada é que essas revistas são para jovens e adolescentes, não para adultos. Claro que adultos podem ler, mas isso não é para eles.

Então, um adulto ser muito severo com algo que não é voltado para a faixa etária dele chega a ser até absurdo e hoje eu percebo isso.

Antes eu exigia demais da TMJ, queria que os personagens tivessem atitudes muito maduras para a idade deles e hoje vejo que estava sendo severa demais, pois são jovens numa revista para jovens. Claro que algumas coisas já estavam enchendo o saco. Também não pode ficar absurdo demais, irreal demais. Tem que ter equilíbrio. Só que exigir perfeição demais também não faz sentido. Essa revista foi feita para entreter e divertir. Não é um tratado científico, não é um relatório ou tese de doutorado.

Eu já vi gente reclamando no facebook porque as festas na faculdade do Chico Bento porque ninguém enche a cara, fuma, usa drogas, é promísculo, etc. Oi? Ainda não perceberam que a faixa etária da revista é para crianças maiores que 10 anos? Se quer ler algo mais adulto, então procure algo para adultos. Se escolher ler algo para crianças, então vai ter que relevar algumas coisas, porque isso não foi feito para nossa faixa etária.

Também tem outro detalhe: quando lemos uma história, vemos o quadro inteiro. Mas os personagens não têm a mesma visão que a gente. Eles só vêem o que podem ver. Só sabem o que está ao alcance deles. Por isso nem sempre tomarão as decisões mais óbvias, porque não tem todas as informações que nós temos e também porque precisam enfrentar o estresse da situação, diferente de nós que vemos tudo de fora e não sofremos pressão.

Essa foi sim a melhor saga da TMJ e espero que venham outras iguais a essa.

Comentários sobre a saga de Umbra - Primeira Parte

13:00 7 Comentários


Um dos leitores do blog fez uma espécie de crítica de Umbra nos comentários. Como achei bem interessante, pensei que seria melhor responder tudo num post para que todos pudessem ver. Vocês podem ler aqui: TMJ#76: Umbra, a última batalha - Palpites Seria bom se lessem antes de ler esse texto.

Gente, tem uma coisa: quem quiser responder, por favor faça sem agredir, xingar nem atacar. Quem discordar, argumente com educação. Não quero saber de ninguém agredindo ninguém aqui, certo?



Agora no caso do Emerson, imagino que aconteceu o seguinte: ele escreveu a história a toque de caixa, entregou-a na redação e imediatamente embarcou no disco voador pra Marte. Só voltou quando faltava uma semana para a revista ir pro prelo. Não pode ser outra coisa em vista do salseiro que a história virou, a não ser incompetência.

A história não tem nenhum salseiro e não vi nada de incompetência nela. Sobre a Mônica e o Cebola, eles estavam juntos inicialmente e tinha até cenas de beijo. Acontece que de repente, a MSP mudou as coisas e ligou falando que ele precisava alterar alguns detalhes para adaptar a nova situação. 

O TMJ 69 – A decisão _ saiu em abril, mas ele já deveria estar sabendo da decisão de fazer Mônica e DC namorarem bem antes (no mínimo uns três meses). Emerson, portanto, teve tempo de sobra para ajeitar a história.

Será que na MSP, um roteirista fica sempre por dentro do que o outro escreve? Será que ele está sempre por dentro de todas as decisões ou só é avisado depois que tudo já foi decidido? Será que ele foi avisado com tanto tempo de antecedência assim?

O romance da Mônica com o Cebola não era relevante para essa história porque ela não era centrada nele e nem tinha que ser. Tudo o que ele queria falar sobre esses dois foi falado na ed. 52.

Além do mais, o casal Monica e DC está sob cuidados da Petra. Foi ela quem começou com eles, então é ela quem deve terminar. Os roteiristas têm meio que um código de ética entre eles, onde um não interfere nos personagens e nas histórias do outro. Se um roteirista começa um casal, o outro não tem liberdade para terminar com ele. Por isso ele fez uma pequena alteração no final para que a Mônica parasse de falar com o Cebola de novo e assim não prejudicar as histórias futuras da Petra e do Cassaro.

Apesar dessa mudança, nada do seu roteiro precisou ser alterado, tudo saiu conforme planejado porque o romance entre Mônica e Cebola não era o foco da história. Mas ainda assim, era importante que ela estivesse falando com ele, então teve que inventar a desculpa do trabalho de escola.

A história ficou ótima do jeito que está e a meu ver não precisa de “ajeitamento” nenhum. Colocar Mônica X Cebola só ia fazer tudo ficar comprido, enfadonho e atrapalhar as edições futuras.

para se neutralizar a Mônica, pode-se usar ou uma barata (TMJ 28, pág 57) ou fantasma pois ela tem medo de sobrenatural (ou os Jogos Mortíferos a curaram disso?). Como ela sai assim batendo em fantasmas (TMJ 74, pág. 80)?

A Mônica pode ter medo de fantasmas sim, mas seu sentimento de amizade é mais forte. Na ed. 39, ela não teve medo de enfrentar a Bianca para tentar salvar o Cebola. E mesmo no fim dos jogos mortíferos ela foi capaz de vencer o medo e enfrentar o Cebola-zumbi. E sim, aquele reality show pode ter curado seu medo de fantasmas. Algumas pessoas aprendem com suas experiências e amadurecem. Não é tão raro assim.

É dito na pág 52 que o cara conhece a HISTÓRIA VERDADEIRA e que tava tudo na biblioteca. A história verdadeira? Como assim? Quem a escreveu? Como soube dos fatos? Na TMJ 76, pág. 14 é dito que Berenice desapareceu e no dia seguinte o povão ficou sem entender o que aconteceu e em cima disso construíram a lenda. Se não entenderam o que aconteceu, como puderam escrever uma história verdadeira?

Nem sempre os livros de história são 100% confiáveis. Eles contam apenas a versão de quem sobrevive e vence, não a versão dos perdedores, dos oprimidos, daqueles que foram mortos.

Quem escreveu o livro falou do que sabia, do que o povo comentava. Com o tempo, as pessoas passam a crer que é verdade e não questionam. Querem um exemplo? Durante muito tempo, Tiradentes foi tido como herói. Hoje já contam uma história diferente dele. Como pode isso? Será que os livros convencionais de história estavam errados? Então não me surpreendeu o nerd falar que tudo estava nos livros da biblioteca.

Agora sobre a lenda da jumenta voadora. O que aconteceu?

Aconteceu a história trágica, quando a menina morreu. Claro que toda a cidade ficou sabendo disso, claro que as sete crianças devem ter dado alguma explicação (mentira ou verdade, alguma explicação foi dada). E se a cidade inteira ficou sabendo, a mãe dela ficou sabendo também, pois era sua filha. E depois?

Tudo teria ficado por isso mesmo, já que foi um acidente no fim das contas. Mesmo que as crianças tivessem aprontado, mesmo que elas fossem as vilãs, não havia como mandá-las para cadeia. Mas Berenice acabou fazendo o pacto com a serpente.

Então essas crianças desapareceram, a casa pegou fogo e ela sumiu da cidade. O que restou para a população? Uma menina que afogou no lago, uma casa queimada, uma mulher e sete crianças desaparecidas.

Só que ninguém sabia o que Berenice tinha feito, então com o tempo foram adocicando a história e escondendo sua parte sinistra. Quem leu a turma da Mônica deve ter visto a versão que o pai do Xaveco contou. Era essa a versão tida como oficial, que todos contavam para manter o feriado e o comércio da cidade.

A parte em que a menina morreu e as sete crianças desapareceram foi ocultada da versão oficial. Essa história caiu na boca do povo, virou lenda na cidade e foi colocada na biblioteca como história verdadeira. Paralelamente, tinham uns relatos de sete crianças malvadas que a Jumenta levou embora, uma menina que afogou no lago, mas eram apenas coisas soltas que o povo sabia.

Aí, na TMJ 74, pág. 86 a 94, Berenice conta a história adocicada da menina do lago. Mas o lance estranho é: quem mais além da Creuzodete (TMJ 75, pág. 83) sabia que a filha da jumenta era má?

Ninguém. Ela só ficou sabendo porque viu tudo na bola de cristal, mas contratou Berenice mesmo assim porque achou que poderia orientá-la a esquecer esse lance de vingança e virar uma pessoa melhor.

E qual é a versão da história verdadeira?

Já foi revelada pela Creuzodete, que tinha visto tudo em sua bola de cristal. Desnecessário repetir tudo de novo.

Por que o Cebola não questionou a Berenice quanto à inversão dos fatos? Ele não pesquisara na biblioteca a história verdadeira?

Em momento algum as 3 edições mostraram o Cebola pesquisando qualquer coisa na biblioteca. Tudo o que ele sabia da lenda foi pego apenas na internet, das entrevistas que fez aos moradores da cidade e mais tarde o relato da Berenice.

O Cebola não confrontou a Berenice com essa inversão dos fatos porque ele só soube da verdade depois que entrou em Umbra. Quando ele finalmente pode sair de lá e chegou na casa dela, o ritual já tinha sido completado. Ela colocou o crânio da jumenta na cabeça e virou aquele bicho doido que queria matar todo mundo. Acho que não dava para ele sentar e conversar com ela enquanto tomava uma xícara de chá. Além do mais, ela podia perfeitamente ter acreditado que sua filha era inocente e as sete crianças eram as vilãs. Talvez ela nunca tivesse percebido o quanto a menina era má e tinha raiva das outras crianças.

Depois vem outra coisa hilariante: a fim de proteger a casa, Magali colocou sal nas portas e janelas (TMJ 74, pág. 107)... Mas de acordo com a tradição, os fantasmas podem atravessar paredes... Ou estão submetidos à mesma maldição do Drácula, que só pode entrar numa casa se for convidado?

Em várias culturas, acredita-se que o sal tem o poder de afastar espíritos e também de purificar o ambiente, mantendo afastadas as energias negativas. Então não há nada de estranho (ou hilariante) o sal poder repelir os filhos de Umbra.

Bem, no final ficou revelado que o Xavecão era o mesmo Xaveco vindo do futuro e que portanto sabia dos fatos que ainda iriam ocorrer naqueles tempos. E fica todo apavorado quando vê que o Cebola não está com o pessoal (TMJ 74, pág 113-115) vai querer me dizer que não sabia que o Cebola ia ficar na casa e que a “história estava se repetindo”?

Em momento algum ele fala que sabia que o Cebola ia ficar na casa. O Xaveco deve ter pensado que o Cebola ia para a cidade com a turma. O simples fato de ele ter vindo do futuro não significa que ele sabia de TODOS os fatos nos mínimos detalhes. Se acontecesse de eu voltar no tempo para evitar a morte de John Kennedy, eu voltaria somente com a informação que tem disponível hoje. Seria impossível eu saber com detalhes sobre tudo o que aconteceu naquele dia, desde que ele acordou até a hora de levar o tiro.

Aí o Cebola, se já planejava filmar os fantasmas, deveria se garantir que o equipamento estava em ordem, tendo à mão tudo o que precisasse.

Ele é um pirralho de 15, 16 anos. Não sei se podemos esperar muita coisa. Até adultos podem cometer erros, por que com um jovem sem experiência vai ser diferente? Sem falar que isso foi essencial a história. Quanto ao lance de ele ter tirado pilhas da lanterna e ela ter acendido, aí pode ter sido algum erro do desenhista que alterou a ordem dos fatos. Mas e daí? Até grandes filmes e mega-produções tem erros. E esse erro não prejudicou o roteiro.

Embora estivesse concentrado na ideia de filmar fantasmas, a sua atenção é chamada para aquela chave de ossos (TMJ 75, pág. 23) e aí lembra da porta com maçaneta feita também de ossos e decide ir até lá. Nossa! Que pródigo! Vê um lugar uma única vez, repara em detalhes aparentemente insignificantes e já faz associações: uma chave de ossos deve ter sido feita para uma porta com maçaneta de ossos...

Acontece que ele gravou tudo e editou o vídeo no notebook. Então é claro que ele deve ter visto a porta várias vezes, pois tinha filmado antes. Algo como uma maçaneta feita de ossos sempre chama a atenção e nós temos mais facilidade para guardar coisas fora do comum. E cá entre nós, para mim pareceu bastante óbvio uma chave de ossos ter sido feita para abrir uma porta cuja maçaneta é também feita de ossos. Não tem nada de complicado nisso.

Ah! Notem um coisa nos dois quadros inferiores da pág. 23: o da esquerda está com os ossos partidos na parte inferior, mas no da direita, com a chave na mão do Cebola, os ossos estão inteiros... Mas que desenhista mais desatento!

Sim, foi o desenhista. Não o Emerson. Quem pesquisar, vai ver que até aconteceu de terem colocado a Marina com três mãos na ed. 52. Isso acontece, ainda mais porque os quadrinhos não são desenhados por uma única pessoa.

Além disso: ele não sentira aquele lugar pesado, ruim? Por que ainda assim iria até lá sozinho, no meio da noite? Seria ele assim tão besta? O que aguçaria tanto a sua curiosidade para ir até lá a ponto de não esperar o dia seguinte? E pra que ele ia querer abrir aquela porta se ele sabia que do outro lado havia um barranco e um buraco com um cemitério simbólico que ele já tinha visto?

O Cebola querer investigar a porta vermelha também não é novidade. Ele estava fazendo um documentário tentando descobrir a verdade por detrás da história da jumenta voadora. Como foi falado, ele era ambicioso, queria fama, reconhecimento, prestígio. Se ele teve coragem de tirar a proteção de sal que Magali tinha feito para que os filhos de Umbra voltassem a invadir a casa, então por que não teria coragem de sair para olhar a porta vermelha? 

Ele ficou tão intrigado com o mistério da porta que resolveu adiar a filmagem dos fantasmas para ir dar uma olhada. Isso podia ser importante para o documentário.

Se o Cebola ficou sabendo da história verdadeira (qual? A versão nunca é apresentada...), por que acreditou tão depressa na fantasminha malvada?

Não, o Cebola não ficou sabendo da história verdadeira, tanto que ficou até chocado quando os filhos de Umbra lhe falaram a verdade. Ele ficou apenas sabendo da lenda original, dos boatos na internet, alguns detalhes que uma pessoa e outra foi acrescentando e a versão da Berenice, mas ninguém lhe falou em momento algum que a menina do lago era má. Foi por isso que ele acreditou nela e tentou ajudá-la.

Agora vamos ver a Creuzodete, TMJ 75, pág 46 a 74. Além do Xavecão, ela era outra que sabia das coisas. Mas nenhum deles faz nada para impedir.

A Creuzodete não sabia que o Cebola tinha a marca de Ior no braço. Ela só descobriu no final da ed. 74 quando estava jogando as cartas de tarô e viu tudo só hora que ele estava para abrir a porta vermelha. Não tinha como ela ter feito nada, pois só soube dos eventos muito em cima da hora. Já o Xaveco, ao ver que o Cebola não estava com a turma tentou sim ir atrás dele para resolver as coisas, mas acabou chegando atrasado. Como falei antes, não sabemos quais informações ele tinha quando voltou ao passado. Em momento algum foi falado que ele sabia de tudo nos mínimos detalhes.

Agora questiono: o Cebola tem “ambição incontrolável”, “orgulho desenfreado” e “egoísmo capaz de passar por cima de tudo para conseguir o que quer”. Tem o “coração corrompido pela ganância”. Isso então atrairia espíritos maus, certo? Foi assim que atraiu a menina do lago. Mas peraí: o Cebola só tem defeitos? Que faltou a ele para ser um Toni? Força física? Em toda a série TMJ topamos com situações em que o Cebola expressa bondade, coragem, companheirismo. Nada disso conta? Ele é só coisa ruim e mais nada? Ou será que o Emerson não gosta dele? Por que carregou tanto assim nas tintas?

Eu sei que o Cebola tem qualidades e no fundo é boa pessoa, mas desde os gibis ele mostrava seu lado ganancioso e manipulador, sempre com planos de grandeza e capaz de passar por cima de tudo para conseguir o que queria. As pessoas têm lado bom e lado ruim, que podem se manifestar em diferentes ocasiões. O Cebola é boa pessoa, mas ainda tem um caminho longo para o amadurecimento e precisa trabalhar seus defeitos, coisa que vem sendo feita desde a ed. 71 e que irá continuar nas próximas.

Todo mundo pode atrair espíritos ruins, ainda que só em determinados momentos. Não dá para estar sempre alto astral, com as vibrações boas e pensamentos puros durante 100% do tempo. Foi por isso que, apesar de tudo, ele sentiu pena da menina sem rosto, pois não era uma pessoa realmente perversa e insensível ao sofrimento dos outros. Nada de estranho nisso também.

E na mesma edição, pág 37, outra incoerência: ele já tinha associado a chave de ossos com aquela porta por causa da maçaneta e agora quando está diante dela, pergunta como vai abrir a porta. Esqueceu? Só aí ele se lembra da chave na sua mão... É mole?

Sim, é mole. Geralmente temos pequenos lapsos de esquecimento, mas depois lembramos das coisas facilmente. E mesmo que tenha sido um erro, não prejudicou a história em nada.

Esse post está dividido em duas partes porque ficou longo demais. A segunda parte está aqui: Comentários sobre a saga de Umbra - Segunda Parte

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

TMJ#76: Umbra, a última batalha - Críticas

17:48 29 Comentários

Gente, vou logo avisando que minhas críticas tem spoilers. Aqui tem revelações do enredo, então quem ainda não leu, pense bem antes de continuar.

Finalmente chega o final de Umbra. Três meses até que passaram depressa. E o que dizer dessa super saga? Rapaz, essa vai mesmo entrar para a história, não só pelo excelente roteiro, como também por trazer coisas tão diferentes e que não vemos na TMJ com freqüência. Essa saga teve uma pegada mais sombria, tratando de temas como a morte com grande freqüência.

Trama foi super elaborada, dando voltas e reviravoltas. Muitas coisas não aconteceram como esperávamos e os clichês foram bem administrados. É para ser lida várias vezes até assimilar bem. Raramente eu leio uma edição mais de duas vezes, mas nesse caso devo ter lido pelo menos umas quatro.

Ele usou uma grande quantidade de personagens sem deixar a história confusa e bagunçada. Cada personagem teve seu lugar, apareceu na hora que devia aparecer. E conseguiu também fazer com que personagens sem nenhum entrosamento trabalhassem juntos e salvassem o dia sem depender da Mônica e do resto da turma. Foi bom ela ter tido um descanso.

Essa ed. deixou pistas sobre coisas que podem acontecer no futuro, como o lance dos 4 cavalos. Aliás, foi uma saga capaz de fazer os leitores pensar um pouco, botar a cabeça para funcionar e resolver os enigmas e mistérios. Muitos foram pesquisar quando ele deu aquele número 11991, outros devem ter pesquisado sobre a marca de IOR. Não foi algo para ser lido passivamente e depois deixado de lado.

Vixe, são tantas coisas para falar! Eu tentei, gente, mas o post vai ficar grande.

Uma das coisas de que mais gostei foi ver elementos de suspense e terror sendo intercalados com momentos de comédia. Nós vemos isso bem quando Creuzodete contava a história de Berenice para Denise e Sofia. Enquanto a vidente falava coisas sérias, Denise ia zoando aqui e ali. As briguinhas das duas, Creuzodete socando a mesa e depois pulando em cima da Denise foram muito engraçadas.

O bom mesmo é que o humor ajudou a suavizar as coisas, mas não quebrou a tensão. A história seguiu seu rumo naturalmente. Teve humor até quando o Cebola estava enfrentando os espíritos dos amigos dele. Aliás, esses espíritos conseguiram ter um pouco mais de personalidade e não pareceram somente bonecos manipulados. Tanto que eles se chamavam pelos nomes.

Eu também adorei a participação do Xaveco e aposto que ninguém nunca pensou em vê-lo todo turbinado, forte, durão e cheio de marra. A aparência dele mudou bastante, deixando-o mais maduro e também bonitão. A Denise aprovou! No caso dele, ainda não sabemos como ele fez essa viagem no tempo, nem como era o futuro de onde ele veio. Talvez porque isso não seja importante para a trama. Se for, então será revelado no futuro caso ele reapareça. Afinal, ele ainda precisa encontrar a Denise do futuro para poder ir embora. 

Confesso que vê-lo em Umbra me leva a compará-lo com o Xaveco da ed. 50, que tinha a aparência quase igual da de quando ele era jovem. Mas claro, essas edições foram escritas por roteiristas diferentes. Aliás, para mim é mais uma evidência de que essa edição foi um erro, porque agora eles não podem mudar as coisas sem que os leitores digam que na ed. 50 aconteceu diferente. 
  
A participação do Zé Beto e Crispiano também foi muito boa, melhor do que eu esperava. Eles foram ativos, participaram da ação e trouxeram muito humor e descontração no meio de uma luta séria. Não foram só para encher espaço. Gostei do jeito deles de falar, do sotaque e de como eram descontraídos na maior parte das vezes, não mostrando medo de enfrentar o perigo e em momento algum fugiram apavorados deixando o restante para trás.

Por exemplo, eu ri na parte onde eles bateram na Mônica e falaram que tinham matado o coelho da páscoa. E quando o Zé Beto endoidou o cabeção e saiu correndo pelado pela floresta? Gente, olhem muito bem essa cena, porque é a primeira vez que vemos nudez na TMJ! Hahaha, essa foi demais! Eles deviam colocar mais cenas assim.

E meldels, a cena da Sofia acabando com a valentia deles falando que a Berenice ia beber o sangue de todo mundo, comer as tripas e depois destruir a humanidade antes do café da manhã foi ao mesmo tempo macabra e divertida.

O melhor de tudo é que nessa edição, todas as perguntas foram respondidas no seu tempo e tudo explicado. A meu ver, não ficou nenhuma ponta solta. Se ficou alguma coisa, sei que será respondida nas próximas edições da super saga.

A primeira explicação de todas foi a verdadeira história de Berenice e tudo o que aconteceu depois que ela perdeu a filha. É impressionante como uma pessoa boa pode mudar e até se tornar mais dura e cruel com a perda de um ente querido. Claro que não estou justificando as ações dela, mas pelo menos pudemos entender que ela fez o que fez por causa da grande dor que sentiu ao perder a filha. Um golpe duro para qualquer mãe.

Enquanto isso o Cebola passa vários apertos com os espíritos manipulados e é preciso que Xaveco e os outros venham ajudá-lo, já que ele estava sozinho. Só que depois disso a coisa ficou tensa quando o Xaveco socou a cara dele. Eu não me lembro de ter visto algo assim na TMJ. E sim, o Cebola mereceu. Nessa hora, descobrimos que ele sabia dos fantasmas de Umbra e não falou nada porque queria fazer o documentário, filmar uns fantasmas e ficar famoso. É isso aí, pessoal. Cebola fazendo cebolice. Só que dessa vez as conseqüências foram bem mais sérias, tanto que o objetivo do Xaveco não era exatamente salvá-lo e sim salvar o mundo dele. Tenso, não?

Também foi tenso ver todos os podres dele serem apontados de uma vez só. Acho que nunca o vi sendo tão confrontado com seus erros antes, mas foi necessário. Ele precisava entender que tem um lado ruim precisando ser melhorado. Afinal, foi essa parte dele que atraiu a menina do lago.

Mas então ele é ruim, perverso, o cão chupando manga? Eu diria que não. Todos nós temos um lado bom e um ruim. Mesmo pessoas muito boas podem atrair espíritos e influências ruins em determinados momentos da vida, porque ninguém consegue se manter na luz o tempo inteiro. Sempre teremos raiva, inveja, ciúme e outras emoções negativas, eventos tristes e até traumatizantes. Ainda teremos nosso lado sombrio por muito tempo, pois não dá para acabar com ele de uma vez só. 

Apesar de ter antipatia pelo Cebola, eu não o vejo como uma pessoa ruim. Ele é desmiolado, inconseqüente e por ser muito ambicioso e fominha de poder, fama e glória, pode acabar se tornando meio egoísta e capaz de passar por cima dos outros para conseguir o que deseja.

Só que ele não faz isso por maldade, faz porque ainda não aprendeu a pensar e refletir sobre as conseqüências dos seus atos. Por enquanto, ele é do tipo que só enxerga seus objetivos e faz de tudo para alcançá-los, mas ainda não aprendeu a tomar cuidado para não sair passando por cima dos outros. E cá entre nós... muita gente vive décadas e nunca aprende.

O Cebola não tinha real consciência do que estava fazendo e das conseqüências dos seus atos. Claro que ele errou ao não dizer toda a verdade para a turma. Eles tinham o direito de saber onde estavam se metendo e assim escolher se queriam ou não participar, mas ele fez isso porque não achou que as coisas fossem tomar aquele rumo tão inesperado.

Pelo menos agora ele tomou consciência desse lado ruim e do estrago que pode causar. Esse personagem precisa passar por um grande processo de amadurecimento porque dos quatro, foi o que menos amadureceu. Parece que estão tentando tirar esse atraso a partir da ed. 71 e ainda pode durar várias edições porque ninguém muda do dia para o outro.

Ah, e a cara da Denise e da Sofia ao descobrirem que tinham trabalho de escola foi impagável. Também já passei por esses apertos. Aliás, já aconteceu várias vezes de eu esquecer o dia da prova e ser pega de surpresa. É um sentimento de aflição que eu não desejo para ninguém!

Depois que o Cebola entendeu o tamanho da burrada que tinha feito, eles precisaram correr para derrotar Berenice, só que chegaram tarde. Bem... que graça teria se tivessem chegado cedo?

E sabem uma parte que até me pegou de surpresa? Foi quando Berenice completou o ritual e trancou sua filha dentro do crânio. Tipo assim, por um pequeno instante eu achei que ela tinha percebido a grande titica que estava para fazer e por isso mudou de idéia na última hora. Nem me passou pela cabeça que no fim ela ia se fundir a filha dela para que as duas ficassem juntas. Nessa hora também foi explicado por que ela parecia mais velha apesar de não ter nem 50 anos. 

Aí a coisa começa a ficar séria, com a grande batalha e todo mundo passando o maior aperto com a Jumenta. O jeito foi todo mundo voltar para Umbra, mas não dava para ficar lá eternamente enquanto o mundo era detonado sem dó. Então o Cebola precisou mais uma vez admitir que tinha feito uma grande titica e só então pode botar a cabeça para funcionar e bolar um plano decente. Eu gostei dessa parte porque ele conseguiu coordenar e organizar tudo, bolando boas estratégias e colocando cada um para fazer sua parte.

E foi um milagre todo mundo ter confiado nele apesar de tudo. mas valeu a pena, pois graças ao plano dele os poderes dos filhos de Umbra foram melhor aproveitados. Antes eles tinham atacado de forma desordenada, depois agiram com mais inteligência e estratégia. Essa parte foi incrível e bem sombria porque tivemos rios de sangue, depois mortos emergindo e atacando. Sim, tivemos um exército de zumbis usado para o bem. Não se vê isso todos os dias! Foi legal também saber qual era o poder da viúva. Bem sinistro, não? Mas muito bem coordenado.

Quando os três foram libertados, puderam sair das suas covas e essa cena também foi dramática porque deu para sentir o medo e também a raiva da Mônica. Foi de doer o coração ver a Magali repetindo que não estava morta e o pânico do Cascão. Ser enterrado vivo é um dos maiores pesadelos para qualquer um.

E gente, o Xaveco sendo o herói e encarando o bichão no muque foi realmente demais! Rapaz, ele botando moral nela, falando que ela não sabia o que era sofrimento de verdade, eu jamais iria imaginar o Xaveco nessa situação. E por qual sofrimento ele teria passado? Será que no futuro dele, a Berenice tinha vencido e condenado a humanidade? E aqueles braços musculosos? Meldels!

E mais uma vez, vemos os personagens trabalhando juntos e em sincronia. Enquanto o Xaveco distraia a Berenice, Cebola junto com Zé Beto e Crispiano detonavam o Perna de Pau. Será que mais alguém aí notou o Crispiano dando um chutão bem nos países baixos dele? Yes, zueira never ends!

Quando o Porta-Voz dominou a Berenice, todo mundo achou que tinha vencido. Rolou até beijo de Denise e Xaveco, uia! E aquela frase dela “lacramos as inimigas”? Pena que nem tudo saiu como imaginado e ela conseguiu expulsar o Porta-Voz da sua mente. Então foi preciso que os filhos de Umbra usassem sua luz, que ainda não foi suficiente. Aí chegou a hora do grande clímax, do Cebola dar a própria vida para salvar o mundo.

E mais um vez, Bailarina se saiu muito bem em suas ilusões, pois foi capaz de enganar Berenice fazendo-a pensar que sua filha estava sendo levada embora. Só assim para atraí-la até a porta de Umbra. Aí o Absinto fez o serviço dele, empurrando-a lá para dentro e a Sofia fez o resto. Gente, eu também adorei essa parte, viu?

Mais uma vez a dupla sertaneja arrasou e Sofia fechou tudo com chave de ouro detonando a porta. Claro que fiquei me perguntando como o Violinista conseguiu carregá-la, mas por ser um espírito deve ser muito forte também. Não importa, foi tudo muito bem feito.

O mais legal é que eles resolveram tudo sozinhos, sem ter que contar com a Mônica para salvar o dia. Ela só apareceu a tempo de ver o Cebola morrendo e quase se declarou para ele. Puxa, os cebonicos devem ter dado pulinhos de alegria achando que eles iam se resolver, né? Só que não foi dessa vez...

Ah, eu também adorei quando Dona Morte apareceu outra vez. Quando ela participou da ed. 75, achei que ia ser só isso, então não esperava que ela fosse dar o ar da graça novamente. As surpresas não param de surgir! E cá entre nós, gente... a morte do Cebola lembrou ou não lembrou a história ghost de Cebolinha dos gibis? A última parte, com ele em espírito despedindo da Mônica foi muito tocante e lembrou o filme também, apesar de dessa vez ela não ter conseguido vê-lo.

E do mesmo jeito que aconteceu na historinha, Dona Morte o mandou de volta porque não podia levá-lo por causa do selo da serpente. Ela só ia poder buscá-lo no fim do mundo. Perguntas. Muitas perguntas surgiram nessa hora. Tipo assim... ou o Cebola ficou imortal, ou o fim do mundo está mais próximo do que a gente imagina.

Ela falou que o mundo ia acabar quando o último cavalo surgir. Pelo visto, vai ser história para as próximas edições. O cavalo da guerra foi a Penha, o da morte foi a Berenice. Há quem diga que o cavalo da peste será o Capitão Feio, o que faz todo sentido. Falta o da fome. Meu primeiro palpite é a Magali, mas é claro que nem tudo nas historias do Emerson funciona como imaginamos. Acho que vou fazer um post sobre esses cavalos depois, senão esse fica comprido demais.

O importante é que o Cebola voltou a vida, a Mônica ficou feliz e tudo teria dado certo se a Denise, fofoqueira suprema do bairro Limoeiro, não tivesse falado demais e contado que o Cebola tinha causado toda aquela presepada. Quase o coitado morreu de novo. Então, tudo acabou. Eles voltaram para casa, a Mônica parou de falar com ele novamente e o trabalho não chegou a ser concluído.

Quem acompanha o facebook do Emerson deve saber que ele precisou fazer uma pequena alteração na história para adaptar ao namoro da Mônica com o DC. Na idéia original dele, tinha cena de beijo. Isso teve que ser tirado porque agora ela namora o DC. Mas foi coisa pequena, não alterou o roteiro principal da história. Claro que os cebônicos devem ter ficado chateados, mas a vida é assim, né...

E para não atrapalhar as próximas edições, ele teve que fazer outra alteração de forma que no final, a Mônica parasse de falar com o Cebola outra vez. Assim as histórias da Petra podem seguir seu rumo normal sem interferência.

Então as sete crianças foram libertadas. Como eles não tinham morrido (foram apenas sedados) e colocados em Umbra, eles voltaram a vida com o mesmo corpo e idade que tinham a vinte anos atrás. Parece que quando a pessoa vai para Umbra, ela não envelhece. Já a Denise, coitada, não pode ficar com o Xaveco do futuro porque ele precisa procurar a Denise dele. Ainda assim não é razão para ficar triste. É só ela esperar mais um pouco para poder namorar aquele Xaveco tudo de bom. Acho que ela nunca mais vai olhar para ele com os mesmos olhos. É capaz até de começar a pegar no pé dele para malhar mais, alisar os cabelos, usar roupa de cowboy...

Tudo ficou bem, apesar da Creuzodete ter ficado muito triste com a morte da Berenice. Até eu fiquei. Quer dizer, a Berenice sempre se mostrou simpática e engraçada. Era uma boa personagem e após anos de convivência, Creuzodete deve ter criado laços de amizade e também achou que ela tinha salvação. Deve ser difícil dedicar tanto a ajudar uma pessoa e no fim vê-la caindo sem poder fazer nada. Mas no resto, tudo acabou bem.

E fim. Oi? Não, parece que não é o fim. No meio do caminho, Cascão (fazendo uma cara super engraçada) acabou nos deixando com a pulga atrás da orelha. E se os filhos de Umbra soubessem o tempo inteiro que precisavam da ajuda da turma para derrotarem a Berenice e voltar à vida? Afinal, eles podiam ter avisado desde o início sobre o perigo sem armar todo aquele espetáculo na casa. Quer dizer, eles deviam saber que o Cebola era teimoso o suficiente para não se amedrontar com esse tipo de coisa, então assombrar a casa seria inútil. O melhor era chegar neles e falar de forma civilizada. Só que não fizeram isso e os fatos se desenrolaram até eles serem libertados.

Ver a cidade sendo dominada por eles no final comprova a teoria do Cascão. Eles eram boas pessoas no passado, mas depois de vinte anos no purgatório muita coisa mudou e agora eles controlam a cidade inteira. Não sabemos se isso é bom ou ruim, se vão maltratar o povo ou apenas manter as coisas do jeito deles. O final ficou com reticências ao invés de realmente ser o fim de tudo, o que é bom. Deixa todo mundo ansioso por mais e o Emerson falou que vai voltar a falar dos filhos de Umbra bem lá para frente.

Antes de terminar, só queria fazer uma pequena observação. Nessa história, Dona Morte leva Berenice e sua filha para o inferno. Acontece que eu não acredito em céu e inferno. Por ter estudado o espiritismo durante um tempo, creio que ninguém é condenado eternamente sem nenhuma chance de melhorar e se redimir. Todos têm sua chance um dia, mais cedo ou mais tarde. Acho que essa é a única parte da história com a qual eu tenho restrições. Fora isso, a história ficou excelente e que venham mais edições dessa super saga!

Essa foi a crítica. Sei que ficou enorme, mas não teve jeito. Era muita coisa para falar!


E aqui, um mega vídeo não somente sobre a ed. 76 como também toda a saga de Umbra. Não deixem de assistir!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

CBM#15 - A assombração do laboratório: críticas

10:28 3 Comentários


Finalmente pude ler a ed. 15 do Chico Moço. Eu até tinha começado a escrever a crítica, mas ficou pelo meio do caminho porque estava ocupada com outros assuntos. O que eu gostei nessa história? Bem:

Um ponto positivo foi mostrar um pouco como andam as coisas entre o Chico e a Fran. Eu não sei se ela realmente desistiu, se vai tentar conquistá-lo ou só ficar de tocaia esperando ele terminar com a Rosinha. Mas parece que ele está tentando se manter afastado para não lhe dar falsas esperanças e isso é o correto a se fazer. Claro que isso pode meio que estragar a amizade, só que a Fran parece não ter assimilado muito bem a negativa dele, então esse afastamento é necessário. Do jeito que as coisas estão, qualquer atitude mais gentil dele pode ser interpretada de outra forma.

Sei como é isso. Tem gente que não é capaz de entender quando leva um fora e costuma insistir mais do que necessário, o que eu acho errado. Se a pessoa falou não, é não e pronto. Do mesmo jeito que acontece com o Paulo no fim da ed. do dia de Rosinha. Mesmo ela deixando claro que não queria nada com ele (até largou o emprego para não deixar nenhuma dúvida), o zé ruela ainda pretende insistir. Para mim, isso não é romântico. É doentio.

Voltando a história, tudo começa com um tipo de lenda: a assombração do laboratório. Pois é. Loira do banheiro é para criancinhas. O primeiro a ser atacado é o Bombeta, porque ficou no laboratório até tarde.

Ninguém acredita, mas Chico tem bastante experiência com casos de assombração e eventos sobrenaturais. E seus colegas são realmente céticos, apesar de toda aquela experiência no pantanal.

O que eu achei muito legal foi ver o Chico um pouco mais voltado para a espiritualidade. Ele não tem medo de fantasmas por conhecê-los um pouco mais e estar acostumado com eles. E seu respeito pelos mais antigos e seus conhecimentos lhe deixou mais preparado para lidar com essas entidades, como se lembrar do que sua avó tinha lhe falado sobre fantasmas que deixavam assuntos inacabados na Terra.

E dizem que isso realmente acontece. Quando o espírito deixa assuntos inacabados, não consegue seguir em frente. Nesse caso, tem a reencarnação que resolve o problema, mas isso não é o assunto do post. Ainda assim, gosto bastante desse lado do Chico, que conhece bem coisas sobrenaturais e não tem medo. Faz sentido, porque nós sempre temos medo daquilo que não conhecemos. Já ele procura conhecer e entender para não se deixar dominar pelo medo.

Outra coisa que também observei é uma maior proximidade entre Vespa e Fran, apesar de ela ainda não ter percebido as intenções dele. Mesmo ele sendo um Zé ruela, parece ter carinho e paciência apesar de saber que ela gosta de outro. Ele anda com ela, preocupa em acompanhá-la até em casa, etc. E o que ele disse sobre ela importar tanto com alguém que não queria nada com ela foi a mais pura verdade. Doeu? Sim. Foi desnecessário? Não. Uma hora ela vai ter que cair na real.

Depois de algumas voltas e investigações, ele finalmente descobre quem é a assombração. É interessante ver como ele estava atento aos detalhes, como o fato de ela usar vestido e só atacar homens sozinhos. Então veio a verdade: era o espírito de uma aluna, do tempo em que as mulheres não eram incentivadas a estudar. Ela era excelente aluna, passava até na frente dos colegas de sala ( a cara dos invejosos recalcados foi impagável). Fico imaginando como deve ter sido difícil para ela.

Antigamente, não era tão fácil para as mulheres ingressarem na faculdade como é hoje. O espaço era predominantemente masculino e elas tinham que enfrentar resistência não só da família, como também dos colegas e professores. Na medicina, por exemplo, as mulheres enfrentaram grande hostilidade por parte da sociedade e principalmente dos homens. No século 19, na Inglaterra, as primeiras moças que conseguiram ingressar numa faculdade de medicina foram vaiadas e agredidas pelos rapazes. O que a reitoria da faculdade fez? Culpou as moças pelo que aconteceu e as expulsou. A impressa as chamou de “as sete sem vergonhas”.

E uma publicação médica, intitulada Scholastic Medical, escreveu: "Nada há tão materialmente inaceitável como uma doutora em medicina. Se há paradoxo possível é a admissão da mulher na arte de curar. Se Deus tivera adivinhado que a mulher se havia de lembrar uma vez de ser doutora em medicina, certamente não incomodaria o sono de Adão para lhe tirar a costela...". Com outras áreas antes dominadas pelos homens também foi a mesma coisa. Ainda hoje, dependendo da profissão, mulher enfrenta muitos preconceitos. Especialmente no exército, o que é engraçado. Quer dizer, os homens vivem chorando porque elas não servem o exército. Aí quando elas querem servir, eles tratam com hostilidade e preconceito. Vai entender...

Pelo menos Chico conseguiu conversar com a entidade, que no fim só queria poder colher os frutos de tanto trabalho e dedicação. Não deve ter sido nada fácil morrer sem poder formar, realizar seus sonhos e tantas coisas. Ela atacava somente homens porque foi discriminada por eles no passado. Mas parece que no fim não os machucava, já que o Bombeta encontrou com ela e saiu inteiro.

Confesso que isso ficou meio ambíguo e dependendo da mentalidade de quem lê, pode ser interpretado apenas como “histeria” de uma garota inconformada por não ter dançado no baile de formatura. E de certa forma, ficou parecendo isso mesmo, o que seria bem absurdo. Quer dizer, ela passou décadas assombrando um laboratório e atacando os rapazes só porque não dançou num baile?

Só que não. Quando formamos, temos a colação de grau que é a entrega dos diplomas. Depois vem o baile, que é a celebração por termos concluído essa etapa na vida. É o fechamento de um ciclo. É mais do que apenas receber um canudo de papel e dançar depois. Para muitos, é uma grande vitória. Por isso ela ficou tão sentida por ter morrido antes de poder ir a formatura e ao baile. Claro que deixar a vida para trás com todos os sonhos é difícil, mas a dor teria sido menor se ela pudesse ao menos fechar esse ciclo.

Ela apenas queria alguém que a entendesse, saber que todo seu trabalho em desbravar uma área antes restrita não foi esquecido. E quando soube que era lembrada, viu que sua luta não tinha sido em vão, que valeu a pena ter enfrentado e vencido tanta resistência e tanta luta para se formar. Assim ela pode fechar esse ciclo e seguir em frente.

O final foi bem tranquilo, como era de se esperar. Talvez tenha sido até bom ler uma história leve depois de toda a tensão de Umbra. E a próxima edição promete ser bem legal. O que será que o Chico andou aprontando na balada a fantasia? Confesso que minha mente poluída andou pensando em várias coisas, mas pode não ter sido nada disso. É bem capaz de no fim das contas, ele nem ter feito nada. Ou, no máximo, talvez dado apenas um beijinho em alguém. De repente, nem isso. Vai ver ele andou fazendo tatuagem, ou correu pelado pela rua, subiu em cima de uma mesa e fez quadradinho de 8, coisas que os bêbados fazem e depois não lembram. Sim, porque para ter feito alguma besteira, ele deve ter tomado umas e outras. Sóbrio e com o raciocínio funcionando, ele jamais faria esse tipo de coisa.

De qualquer forma, ele vai ter que investigar e ligar os pontos para saber o que realmente aconteceu. Essa realmente me deixou curiosa.

Sabem de uma coisa que eu estou gostando no Chico Moço? É que de certa forma, as histórias seguem uma sequência. Tipo assim, cada edição é diferente, mas existe uma cronologia. Não são histórias isoladas onde uma não tem nada a ver com a outra. Há pequenas tramas dentro do Chico moço como a gravidez da Anna e a questão dele com a Fran, que ainda pode render boas histórias. Tem o sentimento do Vespa por ela, o Genesinho que não toma jeito, etc. Não sei se estou explicando direito, mas a gente v:e que existe um tipo de continuidade entre as edições, o que infelizmente não estamos vendo na TMJ.

A gente não sabe quanto tempo se passa entre uma história e outra (só quando falam), tudo parece solto e a única coisa fixa é a pendenga entre Mônica e Cebola e o namoro dela com o DC. O resto parece apenas fragmentos soltos. Eu gosto quando existem tramas menores dentro de uma maior, tipo histórias diversas mas que ao mesmo tempo se harmonizam com a principal. Sinto falta disso na TMJ.

Então é isso, pessoal. Vocês devem ter reparado que também mudei o layout do blog para o natal, por isso fiz as mudanças mais cedo. Os pngs já estão disponíveis para quem quiser usar e também tem quebra-cabeça. Vou ver se faço a critica da ed. 76 por esses dias. Eu estou dando tempo para pelo menos a maioria ler porque minhas críticas tem spoilers.

Eu também fiz umas alterações na galeria de pngs. Quando comecei a exibir os pngs, eles eram exibidos na ordem em que eram postados, de forma que o recente ficava no início. Depois eu fiz alterações na galeria para melhorar e acabaram ficando em ordem alfabética, o que eu não achei legal porque era preciso procurar muito para achar os últimos postados.

Daí consegui mudar isso. Agora, os mais recentes ficarão no topo e assim é mais fácil encontrar. Outra alteração que eu fiz foi uma combobox (em programação, chamamos assim. Não sei se tem outro nome) com o nome dos personagens. É aquela caixa onde vocês clicam numa setinha para baixo e ela mostra várias opções. Eu fiz isso para o caso de alguém querer ver as imagens onde determinado personagem aparece.

Nessa combobox tem os personagens que eu desenhei até hoje. Também tem três opções especiais:

Todos – é para mostrar todos os personagens mesmo.
Casal – Mostra apenas os casais.
Personagens diversos – é para aqueles que não fazem parte da turma, ou foram desenhados só uma ou duas vezes. Por exemplo, a Menina do Lago está nessa categoria, assim como Creuzodete, Cabeleira Negra, Jumenta Voadora... não são personagens recorrentes, que eu desenho com frequência.

Para usar, basta selecionar a opção desejada e clicar no botão “Filtrar”. Pronto. Eu testei e funciona bem, mas vou precisar que vocês testem e vejam como está funcionando, se está filtrando corretamente. Espero que gostem da mudança.



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