quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CBM#12: Mundos em conflitos - críticas

11:33 17 Comentários
É, eu sei que estou super atrasada com a crítica da CBM 12. Acontece que eu tenho um pequeno problema quando minhas expectativas em relação a algo são altas. E no caso dessa edição, que foi um crossover tão esperado pelos fãs e também com um tema muito bacana, acho que exagerei um pouco com relação ao que eu estava esperando da história.

Quer dizer, a edição foi boa, não nego. Mas a meu ver faltou um pouco mais de desenvolvimento. Tudo foi meio corrido e talvez até exagerado em alguns pontos.

O começo foi bom, com aquele sonho do Chico e depois ele acorda no meio de um mundo devastado. Depois aparece a turma usando aqueles uniformes tipo roupa anti contaminação ou algo assim. Onde foi mesmo que eles arrumaram aquelas coisas? Provavelmente do Franja. Será que ele tem tanta coisa assim em seu laboratório?

O encontro do Chico com a turma foi bem legal e esperado também, apesar do lance da idade ainda confundir a cabeça dos leitores. Mais uma vez, eu acho que a MSP deveria olhar isso direito para evitar confusão.

Eles souberam manter o suspense por um bom tempo da história. Que tipo de praga era aquela infestando o mundo inteiro? Por que os gafanhotos estavam fazendo as pessoas dormirem? E quem estava por detrás disso? Foi uma boa sacada nos fazer acreditar o tempo inteiro que era coisa do Capitão feio e só perto do final termos a surpresa de reencontrar outro vilão que não aparecia há bastante tempo.

Um ponto positivo foi que apesar de a turma participar da história, o protagonismo continuou sendo do Chico, já que a revista é dele. Teve um pouco mais da participação do Franja e da Marina, coisa que as histórias andam precisando porque focam somente em Mônica-Cebola e elementos de ficção científica, como máquinas do tempo e gafanhotos geneticamente modificados que deixavam as pessoas em um tipo de estado de hibernação ou coisa parecida.

Aliás, a infestação de gafanhotos foi boa idéia porque tem a ver com a faculdade do Chico, que e de agronomia e também porque foi algo diferente. Eu imaginei insetos gigantes destruindo a Terra, mas uma nuvem de gafanhotos também serviu direitinho.

Outra coisa de que gostei foi não terem tocado muito no mimimi-dramalhão da Mônica e do Cebola. Só de leve, num nível tolerável e que não fez meu estômago embrulhar. E serviu até para mostrar que a Mônica ainda tem sentimentos pelo Cebola (especialmente naquela parte em que o Chico reparou no jeito que ela olhava para ele), mas tenta disfarçar porque agora tem outro namorado.

Falando em namorado, o DC foi um tremendo mala sem alça nessa história com essa mania de querer contrariar. Eu não sei onde as pessoas falam que ele é perfeito. Está certo que não tem os defeitos do Cebola, mas tem hora que ele é um tremendo pé no saco.

Bem... eles viajaram no tempo e descobriram o vilão por detrás disso tudo. só que não era o capitão feio como muitos pensavam e sim o Dr. Spam, com visual novo e tudo.

A passagem onde a Mônica foi levada para dentro do computador foi legal, e talvez previsível já que ele é tipo um vilão elétrico. E a cena do diálogo deles foi cômica, com ela provocando até fazê-lo falar do seu plano. Claro, vilão que se preza sempre tem que falar seu plano e se gabar. Sem isso, não teria graça.

E também houve referencia a uma história da TM, Mônica ao resgate.

Agora, o que eu achei meio nada a ver foi um aluno ainda no primeiro semestre ser capaz de mexer num super computador avançado e até conseguir hackeá-lo. Claro que foi necessário a trama, mas ainda assim achei meio fora da realidade. Onde ele aprendeu tudo isso?

Eu achei a história um pouco espremida, poderia ter desenvolvido mais se não fosse essa restrição que a Panini tem contra as sagas.

Outra coisa que ficou no vácuo foi o que aconteceu com a Mônica e o Cebola depois que Dr. Spada foi levado pela polícia. Eles voltaram ao futuro? Foram embora para casa? Sim, porque depois disso tudo, eles apareceram novamente na casa do Franja assistindo televisão. Eles terem esquecido do que aconteceu é compreensível porque ao evitar a infestação de gafanhotos, os eventos foram alterados e as memórias deles se adaptaram. Mas por que o Chico continuou lembrando? Não era para as memórias dele também terem se ajustado a realidade alterada? 

Esse negócio de mexer no tempo e alterar o passado é complicado mesmo e tem que ser muito bem feito para não deixar essas lacunas, apesar de eu saber que isso foi necessário para a história. Afinal, se ele tivesse esquecido, não teria ido visitar a turma e o final foi bonito, com todo mundo fazendo um piquenique ao ar livre.

Uma coisa boa na história foi tocar o tema do quanto o ser humano interfere no curso natural das coisas, fazendo plantas e animais geneticamente modificados sem importar com as conseqüências.

Outro detalhe foi a mentalidade do Dr. Spam de achar que o mundo deve ser mecanizado, automatizado e com a natureza deixada em segundo plano. Apesar de meio exagerada, pois ele é um vilão elétrico e tecnológico, essa é a mesma mentalidade de muitos por aí, achando que o progresso deve ser feito a qualquer custo, não importando o impacto que gera no meio ambiente.

Há o Chico mostra o questionamento a todo esse ritmo frenético que o mundo está ganhando atualmente e isso é mostrado quando mostram os pontos de vista dos dois, que é bem antagônico. Será que precisamos correr tanto assim?

Passamos tanto tempo conectados, na frente do computador/televisão ou mexendo em celulares/tablets que esquecemos um pouco de viver e interagir com as pessoas de verdade. Parece que tudo nos leva a esse estilo de vida, que nos deixa deprimidos, frustrados e doentes. Aí consumimos comida ruim, porque é mais rápido e prático, e ficamos doentes para consumir todas essas drogas que a industria farmacêutica fabrica e empurra para nós.

Afinal, um estilo de vida mais natural e menos frenético causaria prejuízo a muita gente que lucra com nossa correria e nossas doenças. Pensem nisso na hora de fazerem suas escolhas. Não prejudiquem a saúde de vocês só para atender aos interesses desse sistema que só nos ferra.

No geral, eu diria que a história foi boa apesar de não ter me deixado tipo “ai meldels!”.

Hoje vou postar o png do Cebola segurando a câmera que eu esqueci de postar outro dia. Às vezes eu esqueço de postar as imagens e quando isso acontecer, não deixem de me avisar que eu posto.

Amanhã ou depois vou ver se posto a crítica da CBM 13 e aí ficamos em dia. Sem falar que a CBM 14 promete ser boa com o irmãozinho da Anna vindo para o Brasil quebrar a cara do Genesinho. Mas é claro que isso vai acabar sobrando para o coitado co Chico. 

Aqui tem outra opinião sobre a história. Não deixem de conferir!


sábado, 20 de setembro de 2014

TMJ#74: Umbra - Palpites

21:24 46 Comentários



É impressão minha ou está todo mundo de cabelo em pé por causa da ed. 74? Ah, sim! Essa é a edição mais esperada do ano e vai ser uma saga de três partes. Agüenta, coração!

A sinopse diz o seguinte:

Uma simples viagem ao interior para a festa da Jumenta Voadora se transforma numa aventura arrepiante! A galera do Limoeiro vai precisar superar seus medos, enfrentar fantasmas e desvendar um grande mistério.

E tem até uma espécie de trailer feito pelo próprio Emerson! O que mais a gente pode querer?

 

Já vi que essa história promete!

Primeiro tem o título que é diferente: Umbra. Eu gosto de títulos com uma palavra só, tanto que já usei em várias fanfics. Umbra em latim quer dizer sombra. Em português, é a parte mais escura de uma sombra. No espiritismo, eles usam o termo Umbral (não sei se vem de umbra, mas as palavras são parecidas) para definir o lugar para onde vão os espíritos não tão bonzinhos assim. É um lugar sombrio, cheio de sofrimento e dor, mas não é permanente.

A saga será em três partes, coisa que não vemos desde a ed. do aniversário da Marina. É até um milagre a Panini aceitar isso, porque eles dizem que vende menos.

O Emerson andou postando várias imagens sobre a ed. 74 que o pessoal vai tentando interpretar para ver se descobre algo sobre a trama. Eu até tentei, mas confesso que não sou muito boa nesse lance de perceber sutilezas, mensagens subliminares e tal. E como ele mesmo disse que são apenas algumas coisas que iram aparecer na história, desisti de interpretar. Pelo que ele falou, tudo o que tem nessas imagens vai aparecer, exceto o balanço, que ele usou apenas como inspiração. E que inspiração, hein?





Aqui vocês podem ver as imagens que ele postou até o momento em que eu fiz esse post. Parece que vai ter muitos elementos legais de terror e suspense. Eu juntei todas no vídeo e é a primeira vez que faço algo assim, então relevem a tosquice. O importante é o conteúdo. Depois eu vejo se conserto algumas coisas, é complicado demais mexer nesse treco!




Uma coisa que todos vem perguntando é se a Agnes vai ou não aparecer. Pelo que o Emerson disse, ela não aparece nessa saga e nem vai dar o da graça tão cedo. E para quem espera que a Mônica volte com o Cebola, também não vai ter romance deles. Ainda bem! Eles vão ter que se falar porque precisam fazer um trabalho de escola juntos, mas nada de romance! Tanto que o DC nem vai aparecer na história também.

Dar palpites nas historias do Emerson é meio difícil porque tem muitas reviravoltas. A gente espera que vai acontecer uma coisa e acontece outra, é bem imprevisível.

Ao que parece, a turma vai ter que viajar para Sococó da Ema fazer um documentário sobre uma lenda local. É um trabalho de escola e a Mônica e o Cebola vão ter que trabalhar juntos. Mas fiquem tranqüilos que nessa ed. não vai ter mimimi deles. É só terror, terror e terror!

Bem... a primeira vista, a história vai ser tipo: a turma viaja para o interior para fazer uma simples pesquisa sobre uma lenda local inofensiva. Mas aí eles chegam a cidade e vai acontecendo alguma coisa aqui, um mistério ali, outra pista mais adiante e aos poucos eles vão percebendo que tem algo mais sinistro, tipo um segredo que o Cebola vai se esforçar para investigar e descobrir.

Uma das imagens fala sobre uma tragédia que aconteceu na cidade, mas que ninguém quer falar a respeito. Essa tragédia pode ter dado origem a lenda da Jumenta, não sei. Com o tempo, a história vai sendo alterada, colocam umas coisas, tiram outras, mudam mais uns detalhes e pronto.

Mas se tem uma coisa que está deixando todo mundo tipo “ai meldels!” é a morte do Cebola. Ah, sim! Está todo mundo apavorado com a possibilidade de ele bater as botas! Minha nossa, será que é o fim do Cebola? Ele vai terminar a saga comendo capim pela raiz?

Calma, crianças. Ele é um personagem principal, faz parte do quarteto protagonista. Se ele morrer, como ficarão as edições futuras? Como vai ficar o eterno mimimi dele com a Mônica? Eu particularmente até acharia bom se matassem mesmo esse estrupício, assim nunca mais teria que agüentar esse eterno drama que não se resolve nunca. Mas nós sabemos que isso não vai acontecer.

Quem leu a ed. 66 sabe que morrer é uma coisa, continuar morto é outra. A Mônica morreu, não morreu? E depois voltou a vida. Com o Cebola pode acontecer a mesma coisa. Ele morre, mas por algum motivo volta a vida. Ou então apenas desaparece e é dado como morto, mas não morreu de verdade.

Bom... suponhamos que ele morra de verdade. Pode ser alguma maldição, ou algum tipo de magia negra que tirou o espírito do corpo dele e aprisionou em algum lugar. Aí a turma vai ter que se virar para salvá-lo antes que a morte seja definitiva. Sim, é meio viajado, mas é um palpite.

Uma das imagens fala em morte lenta e dolorosa. A morte dele tem até um tipo de trilha sonora! O vídeo pode ser visto logo abaixo e vocês podem ver que tem tipo um boneco estranho de vodu, não sei que treco é esse. E a música é bem macabra, parece algo que seria tocado em um tipo de ritual maligno ou coisa parecida.



Mas a morte dele também pode ser uma tragédia, porque ele tentou investigar sobre o mistério da cidade e alguém decidiu que ele estava sabendo demais e por isso tinha que ser eliminado.

De qualquer forma, fiquem tranqüilos porque ele vai voltar.

Outra coisa que todo mundo está esperando é um suposto beijo entre Denise e Xaveco. É o sonho de muitos fãs se realizando! Não sei se vai realmente rolar namoro ou se ele vai durar, mas seria interessante o pobre Xaveco dar o seu primeiro beijo para não ser chamado mais de BV. Sem falar que eu estou muito curiosa para saber o que significa o lance de pensar que a Denise é pirulito. Aposto que muita gente andou pensando besteira, não foi? Tirem o cavalinho da chuva, crianças, a revista é para maiores de 10 anos.

Ah, e tem as três fantasmas que aparecem na capa. Eu estava esperando que aparecesse a Jumenta voadora, mas elas também são legais e parecem bem misteriosas aparecendo de mãos dadas, como se estivessem protegendo a entrada de alguma casa onde tem segredos. As máscaras de duas delas aparecem nas imagens dos teasers. E pelo que vi em uma das imagens dos teasers, elas vão perseguir a turma. Será que são perigosas? São vilãs ou apenas vítimas da tragédia que aconteceu no passado? Ou são apenas parte de algo maior e mais sinistro?

Outra coisa que achei interessante é o Quim aparecer com 18 anos. Esse lance da idade da turma sempre confundiu todo mundo e acho que nem os roteiristas estão sabendo dizer qual é a idade da turma. O Emerson falou que na ed. 52 eles tinham 14 anos, na 63 15 e agora eles tem 16 enquanto o Quim tem 18, já que vai dirigir um carro.  

O problema é que na ed. 48 o Cebola tinha 15 anos. O Jeremias e o Titi tem a mesma idade do Franja, mas ainda estudam na mesma sala que o resto da turma. Oi? Alguém aí está entendendo alguma coisa? Nem eu. Acho que eles deveriam olhar melhor esse negocio porque está meio confuso. Sem falar que se os anos continuarem passando, daqui a pouco nem haverá mais turma da Mônica jovem.

Voltando a história, eu entendi que a Jumenta Voadora faz parte do folclore da cidade, com direito a festival e tudo. Então a primeira vista não parece algo assustador ou que todos queiram manter em segredo. Mas claro que por trás dessa lenda deve ter mais coisas que não se vê logo de cara.Para quem não conhece a danada, ela apareceu na história da Turma da Monica em "a Lenda da Jumenta Voadora". Mas não se assustem porque no gibi ela é bem fofa e simpática. Vamos ver se ela aparece mesmo na saga ou se é só uma lenda.




Algumas das fotos dos teasers até me lembraram filmes que vi no passado. Tipo, um grupo de jovens vai a uma cidade do interior, se hospedam em casas perdidas no meio do nada, cheia de móveis velhos e sons estranhos a noite, aí vem o resto da trama. Se bem que nesses filmes, geralmente a maioria dos protagonistas morrem, mas no caso da história será só o Cebola. Fico imaginando como vai ser a morte dele. Aposto que será algo bem dramático e de preferência no fim da história que é para deixar todo mundo arrancando os cabelos até chegar a ed. 75.

Claro, esse será o início da saga, a introdução de todos os mistérios, mas não podemos esperar que tudo se resolva nessa edição. Um bocado vai ficar para a 75 e 76. E pelo que fiquei sabendo, as outras duas edições de dezembro e janeiro serão do Emerson também. Esse ano está bom, viu?

Como eu falei antes, tenho andado meio enjoada de tanta Mônica e Cebola, então tenho esperança que nessa saga pelo menos o Xaveco e a Denise recebam algum destaque. Eu sei que nas histórias do Emerson o Cebola é legal, mas não se trata disso. Só estou enjoada de tanta história focada nele, assim como também estou enjoada de concentrarem só na Mônica e esquecerem dos outros personagens. Acho que essas edições vão sair um pouco dessa rotina, nos dar algo diferente e empolgante.

Confesso que tenho andado meio sem imaginação para imaginar o que vai acontecer na história, mas sabemos que vai rolar muita coisa e eu estou ansiosa para a ed. 74 sair logo. Eu nem vou querer ver o preview e tentarei manter distancia de qualquer coisa que possa dar algum spoiler. História assim tem que ser lida e apreciada na hora, uma página de cada vez, do início ao fim.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Mudança de layout

21:36 4 Comentários
Pois é, sei que estou devendo os palpites da ed. 74, mas aconteceram algumas coisas que me impediram de terminar. Essa ed. promete muita coisa, então dessa vez esses palpites serão mais elaborados do que de costume, por isso não vou postar hoje porque senão fica muito mal feito.

Mas vou deixar os png’s dos três fantasmas e da jumenta voadora para quem quiser aproveitar. Também tem quebra-cabeça. 

Amanhã a noite vou postar os palpites da ed. 74 e também preciso postar as críticas da CBM 12 e 13 que fiquei devendo. Afe, muita coisa atrasada!



A casa mal assombrada eu não vou postar porque o desenho ainda está incompleto e também porque estou guardando para o dia das Bruxas.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

TMJ#73: Caçadores de Andróides - Críticas

11:55 17 Comentários
Sabe... eu tenho que confessar uma coisa a vocês. Ultimamente não tenho andado com vontade de atualizar esse blog. Acho que a TMJ não tem... tipo assim, me inspirado muito. É só Mônica-Cebola-Mônica-Cebola... a ed. 72 teve Mônica como protagonista. Claro que a Maria Mello também participou e tal, mas a Mônica foi a heroína da vez.

Na Ed. 73 tivemos Cebola. E parece que na 74 também vamos ter mais e mais Cebola. Não é porque eu tenho antipatia dele e sim por causa do excesso de tanta repetição. Pelo visto, os outros personagens ficaram só para encher espaço mesmo. Nem a Magali e o Cascão têm aparecido direito e eu sempre achei que eles fizessem parte dos quatro personagens principais.

Bem... vamos a história. Dessa vez eles trouxeram de volta um personagem antigo, lá da Ed. 32. Quem leu essa edição com certeza vai entender melhor a Ed. 73. Pode-se dizer que é tipo uma continuação, mostrando o que aconteceu com a Brisa e como seguiu a vida dela após adquirir consciência.

Essa história trata um assunto bem complicado. O que aconteceria se fosse possível criar robôs com consciência e sentimentos iguais aos dos humanos? Ainda seriam tratados apenas como máquinas feitas para servir? Seria justo criar seres capazes de pensar e sentir como nós apenas para serem tratados como eletrodomésticos que andam e falam? Isso não seria como dar asas a uma pessoa, mas exigir que fique sempre no chão sem poder voar?
Aliás, é mesmo possível criar um robô assim? A mente humana é bem mais complicada do que nós pensamos. Não se trata apenas de consciência e sentimentos, somos mais do que isso. É possível criar no robô as várias camadas da mente, como o inconsciente, subconsciente, ego e ID? É possível que uma máquina tenha consciência? Isso seria correto? É um dilema moral que a história mostra de forma leve para que os leitores possam entender.  

Por outro lado, a criação de robôs para fazer trabalhos perigosos, repetitivos, aqueles que não queremos ou não podemos fazer até que seria boa idéia. Mas só seria viável em uma sociedade onde houvesse falta de mão de obra para esses serviços, caso contrário eles estariam tirando o emprego das pessoas.

Bom, enquanto esse pequeno dilema é discutido na história, por outro lado temos o Cebola tentando uma segunda chance com a Mônica, mas parece que ninguém está com vontade de colaborar. Muita gente ficou com dó do fora que a D. Luisa deu nele. Mas claro que eu não fiquei.

Como mãe, ela deseja o melhor para a filha dela. E se a filha dela está feliz e numa boa, por que ela deveria interferir? Ela deve ter acompanhado o sofrimento e as dificuldades da Mônica com o Cebola, deve ter visto como a filha dela ficava triste, estressada, etc. por causa dele. E agora que a Mônica está feliz com outro rapaz, claro que ela não vai querer atrapalhar a felicidade dela.

E o resto da turma também não queria ajudar pelo mesmo motivo. Se bem que a meu ver, a Magali é que foi um tanto cruel com ele ao dizer que a Mônica não tinha boas lembranças. Bem, apesar de tudo, eu acho que ela tem boas lembranças do Cebola sim. Elas só não compensaram todo o sofrimento e angustia, mas creio que a Mônica deve ter sim razões para pensar no Cebola e sorrir.

Sobre alguém ajudá-lo a ter uma segunda chance, deixa eu contar uma coisa que me aconteceu. Quando eu estava na escola, a direção ofereceu cursos de informática de graça para os alunos. Naquela época, cursos de informática eram raros e muito caros porque os computadores ainda não eram assim um item comum em todas as casas. Quem quisesse, podia se inscrever até preencher todas as vagas.

Essas bolsas foram oferecidas várias vezes ao longo do ano, mas eu sempre ficava de mimimi corpo mole, enrolando, arrumando desculpas para não fazer nada até que um dia a fonte secou. A escola parou de oferecer bolsas e não adiantou eu chorar com a diretora, ela não me deu mais nenhuma oportunidade. Afinal, tantas vagas foram abertas no passado, por que eu não aproveitei a chance?

Então, para poder ter um curso de informática, precisei pagar e paguei bem caro porque ninguém quis me ajudar. Na época eu me achei a maior injustiçada do mundo. Afinal, por que ninguém queria me ajudar e me dar uma chance? Eu ia aproveitar bastante! Mas hoje, pensando mais racionalmente, eu entendo que não merecia ter outra chance. Eu tive e não soube aproveitar, então se quisesse fazer um curso teria que ralar para poder pagar. Com isso, eu aprendi a aproveitar melhor as oportunidades que aparecessem na minha vida. Eu precisei ralar um bocado para aprender a dar valor, coisa que não teria aprendido se tivessem me dado de graça.

Digamos que com o Cebola acontece mais ou menos a mesma coisa. Ele teve muitas oportunidades de graça e não aproveitou nenhuma, então vai ter que ralar dobrado para conseguir ter direito a mais uma oportunidade. Agora ele precisa passar por um processo de amadurecimento. E um primeiro passo foi dado quando ele disse que não pensava mais em planos e em derrotar a Mônica. Ele também falou mais de uma vez que não queria mais falhar com as pessoas de quem gostava. Sem falar que agora ele aprendeu a refletir melhor sobre suas ações e a enxergar seus erros, sem vitimismo, sem se achar um pobre coitado injustiçado. Ele tem consciência de que errou, foi capaz de arrepender e está esforçando para ser uma pessoa melhor.

Vocês acham que tudo isso teria acontecido se a Mônica não tivesse dado um chute nele? Se ela tivesse deixado as coisas como estavam, sempre perdoando e aceitando as suas mancadas, ele não teria feito nada para melhorar. É a lei da inércia, pessoal. Quando um corpo está imóvel, tende a permanecer imóvel até que uma força externa o faça sair do lugar. Com as pessoas costuma ser basicamente a mesma coisa.

E falando da Mônica, aposto que muita gente deve ter estranhado a participação e as atitudes dela na história, não é? Especialmente suas atitudes tão antipáticas com relação a Brisa. Isso me fez lembrar um pouquinho aquele filme “Eu, robô” do qual falei nos palpites da Ed. 73. Não posso dizer que a história copiou o filme, mas vi uns pontos em comum. Entre eles, tinha um agente com total preconceito contra os robôs que não gostava deles de jeito nenhum. A Mônica mostrou a mesma postura de hostilidade contra os robôs.

A diferença foi que o agente do filme mudou sua opinião. Já a Mônica não porque no fim ela era apenas um andróide programado para acreditar que era humana. Sim, uma tática totalmente cruel da D.I.N.A.M.I.C.A. para conseguir a colaboração do Cebola. E ele, tão ansioso para ficar bem com ela, custou a perceber. Mas foi exatamente por conhecer tão bem a Mônica e seu jeito de ser que ele acabou percebendo que estava diante de uma cópia.

Nesse ponto eu até fiquei com pena dele, porque ele estava sendo sincero ao tentar consertar as coisas e acabou abrindo seu coração para uma máquina. Bem... pelo menos ele mostrou que é capaz de se abrir e falar dos sentimentos. Se ele conseguiu fazer uma vez, conseguirá fazer no futuro, por isso não acho que foi um total desperdício de palavras.

Ah, não posso esquecer da Brisa. Confesso que não gostei muito do desenho dela nessa edição. Não ficou a mesma coisa da Ed. 32 e houve um momento em que ela até apareceu com rabo de cavalo, coisa que ela não tem. Eu particularmente prefiro o antigo. E acho que ela deveria ter tido um pouco mais destaque, porque a meu ver focaram demais na Mônica e no Cebola sendo que o caso deles deveria ter sido apenas um temperinho a mais na história, não o assunto central.



Mas a participação dela foi boa, apesar de não ter sido exatamente a protagonista. Ela mostrou que tem sentimentos, consciência e desejo de ser dona da própria vida apesar de ainda estar apegada a sua programação de servir e fazer os outros felizes.

Também houve referencias a filmes e séries nessa história, como os Homens de Preto na base da D.I.N.A.M.I.C.A., que é cheia de alienígenas. Também pode-se dizer que tem aí uma pitada de Arquivo X no fato de essa organização ser especializada em casos extraordinários e até um pouco do filme "de volta para o futuro" por causa do carro voador. Se bem que em Blad Runner também tem. E fico feliz que não tenha faltado uma referencia a Asimov, ainda que muito pequena considerando o tipo da história.

Nós até podemos ver personagens de edições passadas como Astronauta, o robô coelho do brilho de um pulsar e vários outros. Também há referencia série Doctor Who e até um pouco de Blad Runner. Pelo menos o princípio parece o mesmo: robôs se rebelando contra o regime de servidão e sendo caçados e cancelados.

Foi legal ver como conseguiram usar um filme tão depressivo para criar uma história boa e com um pouco de esperança no final. Diferente dos andróides do filme, que se tornaram agressivos e violentos contra os humanos, os gênios da história pelo menos desenvolveram uma boa moral e não mostraram intenção de fazer mal a ninguém.

E também gostei de a D.I.N.A.M.I.C.A. ter aparecido mais uma vez e espero que apareça outras no futuro. Isso pode acrescentar coisa boa as histórias e também foi mostrado um lado meio sombrio deles. Não acho que eles sejam cruéis ou do mal, acho apenas que não seguem a mesma moral que o senso comum prega. Talvez sejam amorais, do tipo que para conseguir alcançar um objetivo, podem usar qualquer artifício necessário.

Só acho que eles poderiam ter sido um pouco mais honestos com o Cebola ao dizer que queriam a Brisa para estudá-la melhor, descobrir como ela adquiriu consciência e assim criar uma geração de robôs que não seriam servos e sim companheiros dos humanos. Aposto que o Cebola teria colaborado com mais boa vontade e a Mônica real também. A meu ver, não fazia sentido eles esconderem esse detalhe porque não ia comprometer a missão. Poderia até ser uma coisa boa porque a Brisa se mostraria mais disposta a colaborar sabendo que ia ser ajudada.

Tá, é claro que se isso tivesse acontecido, boa parte da história não teria sido possível, não é? Ver a Mônica robô preferindo o “suicídio” do que ter suas memórias apagadas também foi bem forte e tocante, é a primeira vez que eu vejo um personagem se “matando” na TMJ. Também foi bonito ver que apesar de ser apenas um robô, o Cebola ainda se preocupava com ela.

E o final foi bem triste, devo admitir. Bem diferente do que normalmente vemos na TMJ, porque teve um clima assim meio depressivo, mas que ficou muito bom e deu um pouco mais de drama a história.

Bem, essa foi a minha crítica. Quem quiser ouvir outra opinião, aqui tem o vídeo da Opinião TMJ:


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Nostalgia: Ed. 32 - Cuidado com o que deseja

21:19 11 Comentários

Enquanto eu ainda não leio a ed. 73, gostaria de fazer a crítica da Ed. 32 que fiquei devendo. Afinal, elas estão meio que relacionadas, não estão?

Nessa história, para quem já sabe, as pessoas começam a entrar em contato com os gênios, andróides feitos para servi-las e fazer vários tipos de trabalhos. E o sonho do Cebola é conseguir um desses gênios para formar seu exército de dominação mundial. Sim, porque viagem pouca é bobagem.

Mônica, inicialmente, não gosta da idéia de usarem robôs no lugar de humanos. Para ela, são apenas máquinas desajeitadas, nada mais. Ela achava até um absurdo ver pessoas tratando essas máquinas como se fossem gente. Mas Magali pensava diferente, porque ela acreditava que era possível tornar um robô humano caso a pessoa projetasse sua humanidade nele. Bem... creio que a questão é um tanto mais complicada do que isso. Estamos falando de robôs que só seguem uma programação pré-estabelecida ou de seres que tem consciência, autoconsciência e sentimentos? Pois é.

E parece que todo mundo estava aderindo a moda dos gênios, até o pobre rejeitado Xaveco. Tadinho, só assim para alguém dar atenção a ele!

Mas sabe... teve uma coisa que Magali falou e eu achei muito chato, talvez até machista. Ela disse que ia procurar o namorado dela antes que ele resolvesse recorrer a um desses gênios. É tipo aquele discurso culpando a mulher pelas puladas de cerca do namorado. Quer dizer, se ela não fizer seu “papel” direito, o pobrezinho terá que procurar outras e tudo será culpa dela. Não deu para concordar com essa parte, sinto muito.

Querer ficar com o namorado por prazer, porque gosta da companhia dele e quer ficar junto é uma coisa. Achar que TEM QUE ficar com ele para não ser trocada por outra é muito diferente. Isso vale para todo o resto. Devemos fazer as coisas por amor, porque queremos fazer e sentimos prazer em agradar, não para prender o garoto. Fica a dica, meninas.

Voltando a história, Cebola decide trabalhar como entregador de jornal para poder comprar um desses gênios e começar seu exército. Mas vem cá... por que seu exército imaginário era composto apenas por modelos femininos? Bem... não é a toa que a Mônica desistiu dele e ficou com o DC.

Essa história mostrou a questão do envolvimento entre humanos e robôs. Enquanto Cebola aprendeu a ver a temperamental Brisa como pessoa, Mônica estava indignada por vê-lo passeando com ela porque a via somente como uma máquina, tipo um laptop ou celular.

Confesso que a Mônica estava mesmo enchendo o saco, mas ele também foi bastante tosco com ela, sempre mostrando aquela atitude de quem pensa só no próprio umbigo. Era por isso que ele queria um gênio, para ficar pensando somente nele. E depois de ter sido tão estúpido com a Mônica, ele ainda teve a cara de pau de ir pedir ajuda a ela sem se importar se tinha ou não ferido seus sentimentos.

Bem, claro que a Mônica acabou ajudando porque ela não consegue guardar rancor e após refletir melhor, aprendeu a ver Brisa como uma pessoa e não só como máquina. Então Cebola bolou um plano, humilhou um pouco a Mônica, resgatou a Brisa de um riquinho esnobe que a usava para lutar com outros gênios e tudo teria acabado bem se ela não tivesse fingido perder a memória, deixando-o muito triste. Agora fico pensando como a Mônica deve ter se sentido ao ver o garoto de quem ela gostava chorando por causa de outra.

Eu achei a história legal apesar de ter sido centrada no Cebola e não adianta gente, eu não consigo gostar dele. Quando começo a simpatizar um pouco, ele faz mais uma das suas cebolices e tudo volta a estaca zero.

Acho que fazendo as contas, o Cebola fez mais pela Brisa em uma única edição do que pela Mônica em vinte. Por acaso alguém aí já viu ele correndo atrás da Mônica do mesmo jeito que fez com a Brisa quando ela estava sendo levada embora pelo novo dono? Quantas vezes ele fez planos tão mirabolantes e elaborados por ela? Pela Brisa, ele estava disposto até a trabalhar de graça! Há até quem diga que ela foi o segundo amor dele, depois da Mônica. E não duvido nem um pouco. Bem, chega de falar do Cebola.

O que me chamou a atenção nessa história foi algumas semelhanças com um anime chamado garotas marionetes, que passava no canal pago Locomotion. Nesse anime, a história se passava no planeta Terra II. Há trezentos anos atrás, uma nave caiu nesse planeta e somente três homens sobreviveram. Como não havia mulheres, eles tiveram que ir clonando os homens e para substituí-las, eles criaram as marionetes, que eram robôs em forma de mulheres que faziam diversos trabalhos.

Só que esses robôs não tinham sentimentos e nem personalidade. Mas tudo muda quando o personagem principal, Mamiya Otaru, encontra três marionetes diferente de todas as outras, pois elas tem consciência, personalidade e vontade própria, agindo como se fossem humanas apesar de serem robôs. Então a história gira ao redor dos quatro, seu relacionamento e confusões.

Uma delas, chamada Lime, tem a roupa levemente parecida com a da Brisa. Muito levemente, mas quando vi a Brisa pela primeira vez, fiz a associação na hora. Outra semelhança são aquelas bolas na cabeça, que eu nunca soube para que servem. Pelo menos no anime elas não tinham objetivo, pelo que eu me lembro. Pode ser que na Ed. 74 elas signifiquem alguma coisa. E não, eu também não sei por que ela usa a calcinha por cima da roupa. Mas enfim, foi um anime muito bacana.


Da mesma forma que a Ed. 32, esse anime também abordava a questão de como as pessoas viam as marionetes, que para a maioria eram apenas bonecas sem vida. As três marionetes de vez em quando tinham problemas porque apesar de terem sentimentos, eram vistas apenas como robôs pelas outras pessoas. Teve um episodio, já na reta final do anime, em que elas foram andar de trem e o maquinista não quis deixar porque elas não eram humanas.

Em outra passagem, uma delas ficou muito amiga de um rapaz de circo, que se apaixonou por ela. Então um dos seus colegas de trabalho comentou que se ela não fosse robô, poderia casar com ele.

A Ed. 32 tocou um pouco nesse assunto e em como seria nossa relação com os robôs caso eles ficassem muito inteligentes e até capazes de ter sentimentos. Nós ainda seríamos capazes de vê-los só como robôs? Seria certo estabelecer uma relação com um ser que no fim das contas é só uma máquina? Seria certo substituir relacionamentos com pessoas reais por essas máquinas apenas para não ser contrariado? Afinal, as relações humanas são muito complexas e nem todo mundo consegue aceitar isso. É difícil conviver com as pessoas e aceitar suas diferenças. Então o mais fácil seria apelar para um desses robôs, que nunca irão contrariar, fazer passar raiva, errar, discordar... bem complicado, não é?

Bom, parece que a Brisa voltou na Ed. 74, mas eu ainda não tive a chance de ler. Mas pelo que me disseram, vai ter de novo aquele maldito mimimi de Mônica com o Cebola, então é melhor eu ir preparando meu estômago desde já.